Três executivos do Conselho da Alstom foram presos no Reino Unido por suspeita de pagar ou deter informações sobre propinas a funcionários públicos brasileiros e de outros países em troca de contratos. Com mais de 150 policiais britânicos, a ação de ontem ocorreu a pedido do Ministério Público da Suíça, que investiga a empresa francesa, inclusive seus contratos como a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô). Na Suíça, as contas de 19 pessoas físicas e jurídicas brasileiras estão bloqueadas por conta da investigação.
A suspeita é de que recursos saíam da sede da Alstom, na França, e eram transferidos para o escritório em Rugby, no Reino Unido, de onde o dinheiro poderia ser usado para corromper funcionários no Brasil e em outros países emergentes. Segundo comunicado da polícia britânica, os três executivos – todos britânicos – são acusados de “lavagem de dinheiro, conspiração para pagar propinas e contabilidade falsa”.
O Escritório de Fraude do Reino Unido suspeita que propinas foram pagas para garantir a vitória da Alstom em contratos públicos. O comunicado não cita quais são os países estrangeiros envolvidos, mas o Brasil seria um deles, segundo fontes da polícia. Os britânicos não revelaram os nomes dos presos, mas a imprensa local noticiou que os suspeitos são Stephen Burgin, Altan Cledwyn-Davies e Robert Purcell.
A Alstom negou a prisão. “Três diretores de nossa subsidiária britânica foram questionados, não presos”, afirmou o porta-voz da empresa, Stephane Farhi.