O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em São Paulo decidiu reimprimir 300 cartilhas sobre coleta seletiva de lixo distribuídas a 151 juízes eleitorais, mas desta vez sem incluir o nome da empresa que produziu o material, a Jetro Ambiental.

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As cartilhas alimentam intensa polêmica entre a cúpula do TRE e magistrados com atuação em todo o Estado. No início de agosto, a corte orientou os juízes a entregarem a 290 prefeitos paulistas que ainda não adotaram a coleta seletiva cópias do manual contendo dados sobre o procedimento e também informações da empresa e um perfil profissional de seu proprietário, o consultor Jetro Menezes.

Irritados, muitos juízes protestaram contra a recomendação alegando que não é sua função fazer contato com administradores municipais, “muito menos fazer o papel de garoto propaganda da empresa”.

Hoje, o TRE anunciou que vai refazer os cadernos e excluir o nome da Jetro. O desembargador Walter de Almeida Guilherme, presidente do TRE, anotou que a finalidade é “promover ações de conscientização da sociedade sobre a necessidade de efetiva proteção ao meio ambiente e oferecer informações básicas para a implantação desse tipo de coleta nos municípios do Estado que ainda não dispõem desse sistema”.

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Valores

Na sexta feira, o desembargador informou que o valor do negócio foi de R$ 14,4 milhões. Ao reiterar o dado, observou. “Não é um valor alto.”

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Hoje, o próprio presidente admitiu ter cometido “um equívoco” e retificou a informação. “Eu errei a informação sobre o valor, na verdade é R$ 14,4 mil, ou seja, mil vezes menos.” A Jetro Ambiental, que não havia se pronunciado sobre o montante, emitiu nota informando que o contrato foi fechado com o TRE por R$ 12 mil, “o que, descontados Imposto de Renda e INSS, somou R$ 9.378,72, como pagamento pelo serviço de palestra para 151 magistrados e 300 kits, contendo cartilha e DVD com orientações”.

“Deixamos claro que, a pedido do Tribunal, prestamos um serviço técnico e especializado”, diz a nota. Jetro Menezes declarou que não vai mais fazer “palestra de reforço” que estava agendada para funcionários do TRE. “Eu abro mão, eu me senti ofendido e vou cancelar”, desabafou o consultor.

Ele disse que “quer se desligar totalmente” de qualquer compromisso com o TRE. “Fiquei chateado. Trabalho há 18 anos nessa área. Coordenei o programa de coleta da prefeitura de São Paulo. Ganhei o contrato de forma absolutamente transparente, outras empresas participaram.”