O presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR), desembargador Ricardo Oliveira, recomendou ao governador e candidato à reeleição, Anchieta Júnior (PSDB), que ande somente no carro oficial do governo, a fim de evitar novas abordagens da Polícia Federal (PF). Anteontem, ele e os seguranças foram revistados em dois veículos na chegada ao Palácio Senador Hélio Campos durante investigação de transporte de dinheiro supostamente para compra de votos. A PF não sabia que a comitiva era do governador.
A recomendação foi feita durante reunião na sede do tribunal, realizada a pedido de Anchieta logo após o incidente, com a participação do superintendente da PF, Herbert Gasparini, e do procurador eleitoral Ângelo Goulart. “Foi uma visita de cortesia, na qual ele veio esclarecer a abordagem. Eu recomendei que ele use somente o carro oficial para não ser confundido, desde que não seja para transportar material de propaganda”, disse Oliveira.
O presidente informou que a PF vem monitorando várias denúncias de crime eleitoral e esclareceu que o fato de Anchieta ser governador não impede que ele também seja fiscalizado. “Havendo suspeitas, qualquer pessoa pode sofrer uma blitz. Na semana passada fui parado pela Polícia Militar (PM) e tive de apresentar a carteira de motorista e o documento do carro. O resultado da abordagem é que vai determinar o procedimento conforme seja a autoridade envolvida em razão das prerrogativas constitucionais”.
A acusação do governador de que a abordagem teria sido arquitetada por seu adversário nas urnas, Neudo Campos (PP), e pelo PT, provocou reações. Para Neudo, o “ato foi de desespero”, uma vez que as pesquisas apontam para a derrota de Anchieta. “Ele está me dando um poder que não tenho e nunca tive”, disse. Já o PT estuda processar o tucano. “A acusação é indevida e expressa a falta de conhecimento político de Anchieta”, afirmou Titonho Beserra, vice-presidente do partido no Estado.