O Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) concedeu liminar e manteve no cargo a prefeita de Campos, Rosinha Garotinho (PR), que foi governadora do Rio entre 2003 e 2006. A decisão do desembargador Sérgio Schwaitzer é válida por 30 dias e suspende a inelegibilidade imposta ao deputado federal Anthony Garotinho, também ex-governador (1999/2003) e marido de Rosinha. Os dois haviam sido condenados pela juíza da 100ª Zona Eleitoral, Gracia Cristina Moreira do Rosário, por abuso de poder econômico nas eleições de 2008.
O anúncio da liminar que manteve Rosinha no cargo foi precedido de manifestações na Prefeitura e por briga entre vereadores na Câmara Municipal. A Justiça Eleitoral havia determinado para hoje a posse do presidente do legislativo local, Nelson Nahim (PR), que é irmão de Garotinho, na vaga de Rosinha. Durante a sessão, vereadores de oposição e da base de apoio da então prefeita afastada provocaram tumulto e chegaram a trocar socos no plenário.
“Vamos resistir dentro da lei. Já denunciei hoje no Plenário da Câmara em Brasília os detalhes sórdidos desta armação que visa atingir a mim e a Rosinha. Vamos aguardar”, disse Garotinho, hoje de manhã. Ele atribuiu seus problemas com a Justiça Eleitoral a uma suposta “armação tramada” pelo governador Sérgio Cabral (PMDB), seu ex-aliado político e atual adversário.
Apesar da vitória parcial, o imbróglio jurídico-eleitoral que envolve o casal Garotinho ainda deve se arrastar até os tribunais superiores e tornará ainda mais complicado o projeto do ex-governador de retomar sua relevância política. Terceiro colocado na disputa presidencial de 2002, quando obteve 15 milhões de votos, Garotinho viu minguar seu peso político nos últimos anos.