O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) manteve a prisão preventiva da presidente da Câmara de Vereadores de Angra dos Reis, Vilma Teixeira Ferreira dos Santos, acusada de coagir testemunhas. No domingo, dia 10, ela impetrou um habeas corpus com pedido de liminar, o que foi negado pelo relator do processo, juiz Luiz Márcio Pereira.
A prisão de Vilma dos Santos foi decretada durante a apuração de inquérito policial instaurado com base nos artigos que punem a compra e a venda do voto e o uso de repartição pública em benefício de partido ou organização de caráter político.
Como vereadora e presidente da Câmara Municipal de Angra dos Reis, Vilma dos Santos exerceria grande influência sobre as 23 testemunhas arroladas no inquérito, uma vez que todas trabalham ou trabalharam para a vereadora.
Em depoimento à PF, uma assessora chegou a descrever uma reunião em que Vilma dos Santos teria determinado expressamente que todos que fossem chamados a depor deveriam negar as acusações contra a vereadora. As testemunhas teriam sido advertidas que “a vida na cidade valeria muito pouco” para quem colaborasse com a Polícia.
Ainda em depoimento à PF, a mesma assessora disse temer pela própria segurança. “Prefiro responder pelo crime de falso testemunho a dizer a verdade”, afirmou aos policiais.
Os depoimentos prestados pela assessora e as demais testemunhas no inquérito policial levaram o juiz Luiz Marcio Pereira a entender que a liberdade de Vilma dos Santos poderia “comprometer sobremaneira a busca da verdade real”. O processo foi encaminhado para exame da Procuradoria Regional Eleitoral.