O senador Osmar Dias (PDT), segundo colocado na eleição para o governo do Paraná, foi o candidato que mais gastou na campanha de 2010. O pedetista teve despesas de R$ 29,5 milhões, de acordo com a prestação final de contas divulgada ontem pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Os gastos do pedetista superam os do governador eleito, Beto Richa (PSDB), que gastou R$ 23,7 milhões, como O Estado informou na terça-feira. Os dois candidatos que disputaram o governo tiveram a mesma empresa como principal financiador: a construtora Camargo Corrêa, que doou R$ 5 milhões a Osmar e R$ 1,5 milhão a Beto, além de R$ 500 mil à senadora eleita Gleisi Hoffmann (PT).
Os demais candidatos ao governo do Paraná tiveram despesas correspondentes a seu desempenho nas urnas. Paulo Salamuni (PV), terceiro colocado na eleição, não declarou despesas, que estão concentradas na prestação de contas do partido.
Luiz Felipe Bergmann (PSOL) gastou R$ 9 mil na campanha e Avanilson Araújo (PSTU), R$ 3,7 mil. Amadeu Felipe (PCB) e Robinson de Paula (PRTB) não entregaram suas declarações à Justiça Eleitoral.
Senado
As despesas de campanha de Gleisi Hoffmann (PT), candidata mais votado ao Senado no Paraná, confirmam que o partido não poupou esforços para eleger o maior número de parlamentares possível para dar maioria a Dilma Rousseff (PT) no Congresso.
A campanha da petista gastou R$ 7,9 milhões, mais que o dobro do candidato que ficou com a segunda vaga, o ex-governador Roberto Requião (PMDB), que gastou R$ 3,1 milhões.
Requião pouco arrecadou em doações de empresas (R$ 250 mil da Votorantim, que construiu pequenas usinas hidrelétricas para alimentar suas fábricas no Estado durante o governo do peemedebista, foi a maior doação), conseguindo a maior parte de seus recursos de pessoas físicas, como o seu suplente Francisco Simeão, que, além de emprestar o avião para Requião voar o Estado em campanha, doou R$ 857 mil ao ex-governador.
Terceiro e quarto colocados na disputa para o Senado, Gustavo Fruet (PSDB) e Ricardo Barros (PP) tiveram despesas semelhantes. Enquanto o tucano gastou R$ 2,1 milhões, Barros declarou despesas de R$ 2 milhões na eleição deste ano.
Deputados
Alguns deputados eleitos fizeram do poder econômico um forte fator para a conquista de votos. O empresário Alfredo Kaefer (PSDB), por exemplo, gastou mais que Requião para permanecer na Câmara.
Foram R$ 4,2 milhões investidos na eleição. Edmar Arruda (PSC), que só se elegeu graças à votação de Ratinho Júnior (PSC), foi o segundo deputado que mais gastou, R$ 3 milhões.
Luiz Carlos Hauly (PSDB) completa a lista das três campanhas mais caras para a Câmara, com R$ 2,4 milhões em despesas. Na Assembleia, dois deputados eleitos superaram a cifra de R$ 1 milhão gastos: Ney Leprevost (R$ 1,7 milhão) e Alexandre Curi (R$ 1,4 milhão).
Outros não chegaram a ter campanhas milionárias, mas também gastaram bastante para conseguir uma cadeira: caso dos estreantes Pedro Lupion (DEM) R$ 824 mil e Rasca Rodrigues (PV) R$ 749 mil.
Outros deputados se destacaram por fazer campanhas baratas, se comparada às dos demais colegas. Gilson de Souza (PSC) gastou apenas R$ 58 mil, tendo a campanha mais barata entre todos os eleitos no Paraná.
Mara Lima (PSDB) e Edson Praczyk (PRB), ambos da bancada dos evangélicos, também não atingiram R$ 100 mil em despesas: gastaram R$ 82 mil e R$ 91 mil, respectivamente.
Para a Câmara Federal, as campanhas vencedoras mais baratas foram de Rosane Ferreira (PV), R$ 157 mil e Leopoldo Meyer (PSB), R$ 164 mil, justamente os dois eleitos com menor votação.