Desde que Rafael Greca (PMN) foi internado por conta de um tromboembolismo pulmonar, na segunda-feira (2), os boletins médicos têm mostrado uma boa evolução no quadro de saúde do prefeito. Apesar disso, até agora não foi indicada a data de alta hospitalar do prefeito.
Em casos similares ao apresentado por Greca, mesmo depois de deixar o hospital o paciente continua em tratamento por cerca de seis meses e nesse período deve redobrar as atenções à saúde.
Segundo o médico cardiologista do Hospital de Clínicas e professor da Universidade Positivo, Luiz Antônio Bettini, o tratamento ideal do tromboembolismo pulmonar leva cerca de seis meses, período no qual o paciente seguirá tomando medicamentos e deve reduzir as atividades de esforço.
“A orientação inicial é que o paciente tenha uma redução das atividades de esforço físico exagerados, porque uma parte do pulmão recebeu um trombo e não está fazendo as trocas gasosas de forma adequada. Portanto ele vai cansar mais rápido, vai ter uma fadiga mais intensa. O paciente tem que fazer determinadas atividades com redução de 20% a 30% do que fazia antes”, explica.
Segundo o médico, apesar das restrições relativas a esforço, a enfermidade não comprometeria o exercício de tarefas menos extenuantes fisicamente como são, geralmente, as atribuições de um prefeito.
Internamento
Já o período de tratamento no hospital, que antigamente variava entre sete e dez dias, pode ser reduzido por conta da evolução dos remédios.
“Com os novos anticoagulantes orais, a partir do terceiro dia que o paciente está no hospital, que eu tenho certeza que ele está com uma anticoagulação boa, eu posso liberá-lo para casa”, diz.
Bettini destaca, entretanto, que essas são regras gerais quem devem ser avaliadas individualmente, dependendo da gravidade de cada caso. Segundo ele, durante o período de recuperação fora do hospital é importante que o paciente faça exames para avaliar se a área pulmonar afetada já está voltando ao normal.
Origem do problema
Um dos passos fundamentais no tratamento do tromboembolismo pulmonar é a descoberta do que gerou o coágulo.
De acordo com a diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) sobre o tema, a duração do tratamento depende diretamente dos fatores de risco. Por exemplo, se o coágulo tiver relação com algum hormônio que o paciente esteja tomando, é importante suspendê-lo imediatamente. Nesses casos, de acordo com a SBC, o tratamento dura três meses “desde que suspensa a exposição a estas situações”.
Já em casos em que o coágulo tem origem em fatores de risco do próprio paciente, como obesidade ou problemas cardíacos, o tratamento leva seis meses – caso seja o primeiro quadro de tromboembolia – e até um ano em casos reincidentes.
A reincidência do problema, segundo Luiz Antônio Bettini oferece ainda mais riscos ao paciente.
“A grande preocupação é uma recidiva de trombo. Nesse caso a situação fica muito mais grave, porque o tromboembolismo, se for maciço, pode matar uma pessoa”, afirma o especialista.