O presidente da Urbanização de Curitiba S/A Urbs, Marcos Isfer (PPS) prometeu ontem, em audiência na Câmara Municipal que a licitação do transporte coletivo de Curitiba sairá ainda neste ano.
Sem dar prazos, Isfer disse que as entidades que compõem o Conselho Municipal de Transportes já foram convocadas a indicar seus representantes para, após consolidado o conselho, marcar a audiência pública para iniciar o processo de licitação.
“A licitação do transporte vai sair. E não é promessa do presidente da Urbs, é promessa e exigência do prefeito Beto Richa (PSDB) e toda a diretoria da Urbs sabe que se não fizer será demitida”, disse Isfer, ao responder questionamento do vereador Pedro Paulo (PT) sobre a demora na licitação, anunciada pelo prefeito em julho de 2005.
A licitação e o reajuste da tarifa do transporte coletivo que, neste ano, passou de R$ 1,90 para R$ 2,20, foram os principais temas levantados pelos vereadores ao presidente da Urbs que, para respondê-los, apresentou a planilha de custos do transporte coletivo na capital.
Com dados como os custos dos ônibus, de sua manutenção, de peças e de combustíveis além da remuneração dos funcionários, comparados com o número de usuários, os que pagam metade do valor e os que têm isenção, Isfer justificou o valor atual da tarifa.
“Ficamos com a tarifa congelada por cinco anos. Se aplicarmos qualquer índice de inflação nesse período, estaríamos com uma tarifa em torno de R$ 2,40 ou R$ 2,50 hoje”, disse.
Para a líder do PT na Câmara, vereadora Professora Josete, apesar de a composição da tabela estar correta, os parâmetros ainda são questionáveis. “O próprio presidente da Urbs disse que são os mesmos parâmetros usados há 20 anos. Mas, com a tecnologia, o sistema evoluiu, os veículos são mais econômicos, o desgaste é menor, a durabilidade maior, isso tem de ser considerado”, questionou.
A dúvida foi reforçada pelo vereador Jonny Stica (PT), que também defendeu uma revisão técnica dos itens que compõem a tarifa. “Mas tudo isso seria resolvido com a licitação, pois a concorrência faria com que a tarifa baixasse”, lembrou.
Stica informou que, ao lado de Pedro Paulo, protocolou denúncia no Ministério Público Estadual questionando a legalidade do reajuste da tarifa, a composição do Conselho Municipal de Transporte e cobrando a realização da licitação.
Durante a sessão de ontem na câmara municipal, estudantes da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas protestaram com faixas e cartazes pelo passe livre para os estudantes.
Orientados pelo presidente da Casa, João Cláudio Derosso (PSDB) a não colar cartazes dentro do prédio histórico da Câmara, os estudantes descolaram os avisos da própria Casa colados nas paredes. Irritado, Derosso interrompeu a sessão e subiu ao encontro dos estudantes, criando um princípio de tumulto, bate-boca e empurra-empurra.
