O primeiro encontro entre o governador do Paraná, Orlando Pessuti (PMDB), e o governador eleito, Beto Richa (PSDB), será realizado hoje de manhã, a partir das 10h, no Palácio das Araucárias, em Curitiba.
Na reunião, a primeira entre o atual e o governador eleito após o primeiro turno das eleições, será discutida a transição do governo, que começa, oficialmente, na próxima semana, com a formação das duas equipes que vão trabalhar juntas no diagnóstico financeiro do Estado. Beto Richa já designou seu grupo, mas Pessuti ainda não.
O atual governador disse que irá destacar representantes das secretarias da Casa Civil, Fazenda, Planejamento e Controle Interno para repassar as informações que forem requisitadas pelos indicados do governador eleito.
O atual governador disse que irá destinar uma ala do Palácio para que os dois grupos trabalhem juntos. Pessuti estima que o trabalho será concluído apenas em dezembro, já que o peemedebista e o tucano estão envolvidos diretamente na campanha presidencial do segundo turno.
Daniel Caron |
---|
Beto Richa: “Fechar torneiras”. |
Uma das preocupações de Pessuti é com o destino dos projetos que está encaminhando à Assembleia Legislativa e que vem sendo ameaçados de suspensão da tramitação pelos aliados de Beto em plenário.
Na semana passada, a mensagem de Pessuti instituindo a política de economia solidária no Estado foi barrada pela bancada de oposição, que conseguiu adesões do PMDB para retirar o nome de pauta. A justificativa foi que a proposta precisa passar pelo crivo da equipe de transição de Beto Richa.
Na mesma semana, os deputados do PSDB e DEM tentaram barrar o projeto de extensão universitária na região de fronteira, mas o PMDB desta vez sustentou a posição do governo e a mensagem foi aprovada.
Pessuti disse que espera não ter os mesmos problemas com o projeto que institui o poiso salarial para os professores do Paraná na mesma proporção dos profissionais de nível superior que integram o Quadro Próprio do Executivo. Pessuti também pretende encaminhar hoje à Assembleia Legislativa o projeto regulamentando a Defensoria Pública do Estado.
“Essas propostas não contrariam em nada o que o futuro governador disse que iria fazer. A Defensoria foi uma proposta defendida tanto pelo Beto como pelo senador Osmar Dias na campanha. O Beto também prometeu aumentar o salário dos professores. Então, estão em consonância com o projeto que o governador eleito apresentou na campanha. E a Assembleia não tem que abrir mão das suas prerrogativas”, comentou.
Cortes
Na semana passada, Beto anunciou cinco nomes de seus assessores que vão trabalhar nesta fase de transição, com a tarefa de colher informações sobre a situação financeira, gastos e estrutura que o Estado possui, até 1º de janeiro.
O coordenador da equipe de transição de Beto é Carlos Homero Giacomini, atual secretário municipal de Planejamento de Curitiba, além do advogado Ivan Bonilha, ex-procurador-geral do município e coordenador jurídico da campanha do tucano; Deonilson Roldo, ex-secretário de Comunicação e chefe de gabinete de Beto enquanto prefeito; Luiz Eduardo Sebastiani, secretário municipal de Finanças; e Norberto Ortigara, secretário municipal de Abastecimento.
Um dos primeiros anúncios feitos por Beto depois de eleito é que ele deve “fechar as torneiras” dos gastos públicos, aguardando uma primeira análise da equipe de transição para avaliar onde se poderá reduzir gastos e quais as mudanças gerenciais que serão necessárias de ser implantadas.