Traições marcam eleições de presidentes no Congresso

Quem mais esperava por traições para se eleger mais vitimado foi por ela. O arco de alianças do senador Tião Viana (PT-AC) – formado pelos partidos PT, PSDB, PDT, PSB, PRB, PR e PSOL – contabilizava 38 votos a ele na eleição para presidente do Senado. O petista esperava pescar no PMDB, do rival José Sarney (AP) – que conseguiu o cargo -, os três votos restantes para se eleger. Mas abertas as urnas, Viana obteve apenas 32 votos.

As quatro primeiras baixas ocorreram ainda na noite de domingo, quando o PR migrou com seus votos para a candidatura de Sarney. O PSDB, que fechara questão em favor do petista, contribui com uma traição declarada. O senador tucano Papaléo Paes (AP) preferiu seu padrinho, Sarney, eleito com 49 votos. “Foram votos leais, solidários e espontâneos, não me cabe ter ressentimentos nem querer achar culpados”, disse Viana.

Na Câmara houve traições que até migraram para os azarões – Ciro Nogueira (PP-PI) e Aldo Rebelo (PC do B-SP) – , mas num fluxo menos intenso do que o esperado pelos adversários de Michel Temer (PMDB-SP).

Apoiado por 14 partidos, que somavam 423 deputados, Temer recebeu menos votos do que seus aliados contabilizavam. “Realmente houve uma defecção 10% maior do que esperávamos”, admitiu o deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS), um dos coordenadores da campanha do peemedebista. A equipe de Temer estava certa de que o candidato teria 340 votos. O peemedebista, porém, foi eleito pela terceira vez presidente da Câmara com 304 votos.

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