Centenas de trabalhadores rurais sem-terra ocuparam na manhã de hoje o Porto de Maceió (AL), no bairro de Jaraguá, causando um congestionamento enorme de carretas e caminhões carregados de açúcar e outros produtos que estavam sendo levados ao cais. De acordo com a administração do porto, que ainda não calculou os prejuízos, a ocupação começou por volta das 7 horas.

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Os trabalhadores rurais – ligados à Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) e o Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL) – reivindicam uma maior atenção das autoridades, assistência às famílias que vivem em acampamentos e políticas públicas para os moradores de assentamentos.

O administrador do porto, Petrúcio Bandeira, e policiais militares do Grupo de Gerenciamento de Crises estavam no local no fim desta manhã para tentar negociar com as lideranças dos movimentos a desocupação. O trânsito na região ficou complicado e equipes do Batalhão de Trânsito (Bptran) e da Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) foram acionadas.

Segundo os líderes dos quatro grupos, a ação tem como objetivo chamar a atenção das autoridades e protestar contra a violência no campo, a destruição de 100 hectares de alimentos e o despejo de 200 famílias camponesas no mês de janeiro, que estavam produzindo e sobrevivendo do trabalho na terra há vários anos. Os sem-terra alegam não ter alternativa de sobrevivência e nem outro local para irem morar. Eles culpam os grandes empresários do agronegócio pela expulsão do homem do campo para as cidades e a ampliação da miséria.

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De acordo com os movimentos sociais, a Vara Agrária de Alagoas, o governo do Estado e a superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) deveriam dar as condições para as famílias camponesas viverem com dignidade, mas estão contribuindo para o aumento dos problemas sociais e burocratizaram a reforma agrária.

Os líderes dos sem-terra afirmam que a ocupação do porto é por tempo indeterminado e que o acampamento na Praça Visconde de Sinimbú, no centro da capital alagoana, permanece até que suas reivindicações sejam atendidas. Além disso, eles prometem intensificar os protestos ao longo da semana. Desde o início do ano, um grupo de trabalhadores rurais ocupa parte do prédio onde funciona a sede do Incra em Maceió.

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