politica

Torquato sobre Temer e Barroso: divergências entre STF e Executivo ‘são naturais’

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, declarou nesta quinta-feira, 15, que as divergências do presidente Michel Temer com o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso são “naturais”, mas destacou que a última palavra é do STF.

“Não é a primeira vez que há diferentes perspectivas e opiniões, faz parte do debate constitucional e da independência dos Poderes”, disse o ministro, quando questionado se o Planalto tentava constranger o Supremo. “O Supremo leva vantagem porque pela Constituição ele tem a última palavra. Na construção de diálogo, o Supremo terá sempre a última palavra”, ponderou.

Ele participou de um debate sobre combate à corrupção durante o Fórum Econômico Mundial sobre América Latina, na capital paulista.

Pressão

Torquato Jardim disse, em coletiva de imprensa, que é “legítima” a pressão que aliados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fazem no Supremo para a corte revisar o entendimento que permite a prisão após condenação em segundo grau. “O diálogo político faz parte da democracia, você faz a cobrança que quiser sobre o tema que quiser”, afirmou.

Ele apontou, no entanto, que ministros do Supremo já concederam mais de 70 habeas corpus para réus contrariando o último julgamento do STF sobre o tema, que por 6 votos a 5 autorizou a prisão após condenação em segunda instância. “Há um perplexidade intelectual e uma dúvida política natural na sociedade brasileira para saber se esse 6 a 5 continua ou muda”, disse, acrescentando ser a favor da execução da pena após condenação em 2º grau.

Para o ministro, é da inteira conveniência do tribunal querer julgar o caso ou não, mas também é legítima a pressão dos políticos. A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, que resiste em colocar a pauta no plenário da Corte, era uma das debatedores do mesmo painel no Fórum, mas não compareceu.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo