O ministro da Justiça, Torquato Jardim, confirmou ontem que já está com a lista de três indicados para substituir o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, incluindo o número 2 da PF, Rogério Galloro. “(Galloro) é um dos três. A lista é reservada”, disse rapidamente, após participar do desfile de 7 de Setembro. Ao ser questionado se a troca já estava definida, respondeu: “Eu não sei de nada disso”.

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Em entrevista à Rádio CBN, Torquato não quis dar data para a troca na PF e disse que o trabalho da corporação seguirá o mesmo padrão de hoje. “A troca das pessoas será irrelevante, seja no Ministério da Justiça, seja na Polícia Federal, seja onde for”, afirmou à emissora. “São três nomes, não posso divulgar. Um deles, obviamente, é o delegado Galloro, que é o diretor executivo, tem viajado bastante comigo, ajudado muito na concepção desse plano. Ele e Daiello são os dois mais próximos e mais importantes com os quais eu trabalho na Polícia Federal”, afirmou.

Daiello assumiu a PF em 2011, ainda no primeiro mandato do governo da então presidente Dilma Rousseff. É um dos mais longevos da história da instituição. Desde que Torquato substituiu Osmar Serraglio na Justiça, em maio deste ano, discute-se sua substituição.

Torquato esteve com o presidente Michel Temer anteontem pouco depois de o presidente ter chegado da China. Na conversa foi feita uma análise do quadro atual, após a reviravolta com o pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para investigar suspeitas de irregularidades que podem anular a delação da JBS.

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Na reunião com Torquato, que é jurista e faz parte do núcleo do aconselhamento jurídico do presidente, Temer destacou a importância de que o Supremo Tribunal Federal decida no plenário sobre o recurso de sua defesa em relação ao pedido de suspeição de Janot.

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sergio Etchegoyen, negou ter conhecimento sobre definição da troca da Polícia Federal e disse que esse assunto é da pasta da Justiça e que a decisão é do presidente Michel Temer.

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Repercussão. O presidente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), Carlos Eduardo Sobral, vê com bons olhos a possível indicação de Galloro. Ao Estadão/Broadcast, Sobral afirmou que Galloro é hoje o nome que se apresenta com maior força, por ter carreira na corporação e por ter o aval de Daiello.

“Se confirmada essa mudança, a gente espera que consiga retomar o processo de fortalecimento da Polícia Federal e que a não interferência política nas nossas ações seja uma regra a ser observada”, disse. O presidente da ADPF afirmou que a categoria gostaria de que o substituto do atual diretor-geral fosse escolhido por meio de uma lista tríplice indicada pela associação, como ocorre na Procuradoria-Geral da República.

A presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Federal de São Paulo, Tânia Prado, afirmou que Galloro possui um “ótimo histórico” na PF, mas se disse preocupada com o encolhimento do efetivo da PF, sem abertura de concursos. “Sem a base da pirâmide da PF não há como atender à demanda de trabalho”, disse, em referência à Operação Lava Jato.