Agilizar o serviço dos magistrados no Paraná é um dos pontos que devem nortear a gestão do novo presidente do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), Celso Rotoli de Macedo, que tomou posse ontem, em sessão solene na sede do órgão, em Curitiba. Macedo foi eleito no último dia 30 de março, para suceder o atual presidente, desembargador Carlos Augusto Hoffmann, que se aposenta. Durante entrevista coletiva que antecedeu a cerimônia de posse, Macedo elegeu nove prioridades às quais deve se dedicar no curto período de seis meses que estará à frente do TJ-PR. O desembargador, que se comprometeu a contratar assessores para todos os juízes do Paraná, falou da necessidade da implementação de medidas para equilibrar os ordenados dos funcionários do Judiciário paranaense.

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“Dos cerca de 940 aprovados no concurso realizado entre 2008 e 2009, metade pediu exoneração por causa da baixa remuneração, cerca de R$ 1,2 mil. Por isto queremos estipular uma gratificação que é legal e o STJ inclusive faz essa recomendação”, afirmou Macedo. Macedo também defende o pagamento de benefícios atrasados aos servidores do Judiciário. Segundo ele, a ideia é estabelecer um sistema para pagamento mensal dos direitos adquiridos que não estariam sendo pagos. O novo presidente acredita que a contratação de assessores exclusivos para cada magistrado, somada à implantação das varas digitais, poderá agilizar o trâmite dos processos no Estado. “Já mandei fazer um estudo para verificar as maiores necessidades de contratações, mesmo para o juiz substituto iniciante. Isso deve ajudar na avaliação de relatórios e em pesquisas de jurisprudências”, diz.

Também visando à agilização dos trabalhos do TJ-PR, Macedo defende a construção de um novo espaço, já prevendo um aumento do quadro de desembargadores necessários para atender a demanda do judiciário paranaense. “Temos que pensar no futuro. Não queremos ter que construir um outro anexo”. Macedo também prevê ainda a aprovação de um projeto para a construção do Centro Judiciário do Ahu, cujo imóvel foi adquirido em permuta com o governo do Estado. “Queremos pelo menos aprovar a licitação do projeto para iniciar as obras”, complementa.

O novo presidente do TJ-PR salientou que serão precisos maiores investimentos para efetivar todas as prioridades de sua gestão. Ele criticou, entretanto, o repasse de verbas feita pelo Estado. “O repasse é feito com base na arrecadação líquida do Estado. Isso, que não prejudica só o Judiciário, deveria ser revisto. Há dados que deveriam ser incluídos na tabela, o que poderia aumentar o bolo de dinheiro”, diz. Quanto ao relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), divulgado no final de junho, onde foram apontadas 113 irregularidades no TJ-PR, Macedo questionou parte das informações levantadas pelo órgão. “Certas irregularidades já foram esclarecidas”, disse. Macedo informou que viajará a Brasília para expor dados contrapondo o relatório do conselho ao presidente do CNJ.

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