A 7.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou ontem o trancamento da ação penal contra o engenheiro Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto. Em junho, ele foi preso em flagrante no Shopping Iguatemi sob a acusação de receptar um bracelete de ouro branco com brilhantes.
O número de série da joia constava de um inventário de objetos furtados de um depósito da marca Gucci, em maio. Souza permaneceu preso por 72 horas até ser solto por ordem da Justiça. Em votação unânime, os desembargadores entenderam que não há fato criminoso a ser imputado a ele. O próprio Ministério Público Estadual, em seu parecer, se manifestou pelo trancamento do processo que tramitava na 26.ª Vara Criminal de São Paulo.
O criminalista José Luís Oliveira Lima, que defende Souza, anunciou que vai ingressar com ação por danos morais contra o Estado e contra a delegada titular do 15.º Distrito Policial (Itaim Bibi), Nilze Scapulatiello.
O advogado também vai requerer à Corregedoria da Polícia Civil instauração de inquérito para apurar abuso de autoridade contra seu cliente. “Essa decisão do TJ restabelece a verdade, demonstrando a campanha difamatória da qual o dr. Paulo foi vítima nos últimos meses”, anotou o criminalista. Souza sempre afirmou que ele e o joalheiro Musab Asmi Fatayer haviam ido à loja para avaliar a joia – pretendiam negociá-la entre si por R$ 20 mil.
Campanha
Durante a campanha presidencial, o nome do engenheiro figurou no noticiário. Em debate, a então candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT) citou reportagem da revista IstoÉ que apontava que Souza havia arrecadado R$ 4 milhões para a campanha de José Serra (PSDB), mas não teria repassado ao partido – o que ele nega.