A primeira-dama de Dourados, Maria Aparecida Freitas Artuzi, teve habeas corpus negado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS). A decisão foi tomada hoje, com a alegação dos desembargadores de que a prisão preventiva é necessária para “garantir a ordem pública na cidade”. Na segunda-feira, o prefeito Ari Artuzi (sem-partido) obteve o mesmo parecer dos magistrados. Eles foram presos no dia 1º de setembro pela Polícia Federal (PF).

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Os dois são acusados de corrupção, formação de quadrilha e desvio de verbas públicas. O casal também foi considerado pivô das manifestações violentas ocorridas durante as seções da Câmara Municipal, realizadas em setembro. Maria Aparecida está recolhida no Presídio Feminino de Dourados e seu marido, na sede do Grupo Armado de Repressão a Roubos, Assaltos e Sequestro (Garras), em Campo Grande.

Artuzi é apontado pela PF e pelo Ministério Público Estadual (MPE) como o líder de um grupo de 60 participantes ativos na chamada “farra das propinas”. Nos autos do processo, vídeos mostram Artuzi e Maria Aparecida recebendo dinheiro de propinas pagas por empresas beneficiadas em licitações públicas fraudulentas. A primeira-dama foi denunciada também por supostamente ter gasto R$ 9 mil da Secretaria Municipal de Saúde para “turbinar os seios”.

O advogado de Maria Aparecida, Manoel Augusto de Almeida, protestou contra o argumento dos desembargadores, afirmando que ela “não ocupa cargo público no município e não representa nenhum risco à ordem pública”. Carlos Marques, defensor de Artuzi, informou que vai apelar da decisão.

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Depressão

Segundo parentes que visitaram Artuzi na prisão, a situação do prefeito é “bastante ruim”. Eles contaram que o prefeito está deprimido e prometeu iniciar uma greve de fome, inconformado com a negativa ao habeas corpus impetrado por sua defesa.

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No final da noite de ontem, Artuzi foi levado ao Hospital do Pênfigo, na periferia de Campo Grande, com fortes dores abdominais. Os médicos não revelaram o motivo da internação, que terminou no início da tarde de hoje, quando foi reconduzido à sede do Garras.

Em Dourados, um grupo de aproximadamente cem pessoas passou a manhã em frente ao fórum da cidade, pedindo a liberação do prefeito. Os manifestantes portavam faixas e cartazes pedindo justiça.