Longe da política e sem participar de atividades internas do PSDB, o ex-governador de Minas Eduardo Azeredo deverá ser julgado nesta terça-feira, 22, em segunda instância por participação no esquema que ficou conhecido como mensalão mineiro.

continua após a publicidade

Na primeira instância, em decisão de novembro de 2015, o tucano foi condenado a 20 e 10 meses de prisão por lavagem de dinheiro e peculato. Segundo as investigações do Ministério Público Estadual de Minas (MPE), Azeredo, como governador do Estado, participou do desvio de R$ 3,5 milhões de estatais, como a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), para sua campanha pela reeleição em 1998, disputa que perdeu para Itamar Franco.

continua após a publicidade

Os recursos foram repassados pelas empresas de publicidade de Marcos Valério, já condenado a 37 anos de prisão pela participação no esquema.

continua após a publicidade

Azeredo se recusa a falar sobre o julgamento e a possibilidade de ser preso. Assim como o ex-governador, colegas de partido também não comentam o caso e afirmam não ter contato com o Azeredo. Há cerca de um mês, seu nome saiu do site do PSDB nacional. O tucano, conforme o estatuto da legenda, integra a Executiva nacional da sigla, assim como todos os ex-presidentes do partido.

Uma fonte relatou que o ex-governador reclamou da decisão. O nome foi colocado de volta, e é o último na lista dos integrantes da Executiva. Hoje, ele atua como consultor da Federação da Indústria do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

Azeredo foi eleito senador em 2002 e deputado federal em 2010. Em 19 de fevereiro de 2014, já réu no mensalão mineiro, ele renunciou ao cargo na Câmara, o que fez com que o processo fosse enviado para a primeira instância, em Minas. No dia 7 do mesmo mês, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, havia pedido a condenação de Azeredo a 22 anos de prisão. À época, por ser parlamentar, o processo corria no Supremo Tribunal Federal (STF).

Defesa

O advogado de Azeredo, Castellar Guimarães Neto, afirmou não acreditar na possibilidade de manutenção da sentença de prisão para Azeredo na segunda instância. Conforme o advogado, Azeredo também tem a mesma convicção. O julgamento do tucano será realizado na 5.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.