O Órgão Especial do Tribunal de Justiça decidiu ontem aceitar denúncia-crime formulada pelo Ministério Público Estadual contra o deputado estadual Mário Sergio “Bradock” Zacheski (PMDB). Ele é acusado dos crimes de homicídio, tentativa de homicídio, fraude processual, porte ilegal de arma e falsidade ideológica.
Conforme a denúncia, em 24 de janeiro de 2001, Bradock era delegado em Rio Branco do Sul, quando em operação policial, no município de Itaperuçu, atirou contra dois suspeitos. Um deles, Joel Ribeiro, acabou morrendo. O Ministério Público também denunciou os investigadores Amarildo Gomes da Silva e Obadias de Souza Lima, acusados de dar suporte na ação de Bradock. Quanto a eles, o órgão especial determinou a remessa de cópia dos autos ao Juízo do Tribunal do Júri para os procedimentos penais cabíveis.
Legítima defesa
O deputado disse que o fato de o TJ receber a denúncia é parte da “técnica processual” e que terá a oportunidade de provar sua inocência. Bradock afirmou que agiu em legítima defesa. “Estávamos atrás de uma quadrilha de assaltantes e quando chegamos ao local, o rapaz nos recebeu atirando. Eu revidei. Estava cumprindo o meu dever”, afirmou. Na denúncia, o Ministério Público afirma que Bradock atirou pelas costas e que os acusados não haviam resistido à ordem de prisão.
Bradock observou que a denúncia já havia sido arquivada e que somente foi reaberta depois que foi eleito para uma cadeira na Assembléia Legislativa. O deputado argumentou que está sendo vítima de uma “armação” tramada por adversários políticos. Ele não quis citar nomes. De acordo com o deputado, a acusação foi retomada poucos dias antes de o episódio completar dois anos. “Quando o caso iria prescrever, eu me elegi deputado e aí eles resolveram agir”, afirmou.