O secretário estadual de Transportes, Rogério Tizzot, foi cauteloso ao analisar as declarações do ministro dos Transportes, Sérgio Passos, de que o leilão de concessão do segundo lote de trechos rodoviários (três no Paraná) deverá ser mantido pelo governo federal. Tizzot disse preferir aguardar os quinze dias, determinados pelo presidente Lula para que um grupo de trabalho apresente suas conclusões sobre o assunto, antes de comentar a decisão.
Apesar de tentar evitar a polêmica, uma vez que ouviu, na última semana, da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que os processos de licitação seriam suspensos, o secretário, e também diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem, disse que mantém sua posição, de que o pedágio, até mesmo público, é desnecessário se o governo utilizasse integralmente os recursos da Cide (Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico) em investimentos para a infra-estrutura do transporte, propósito para o qual foi criada.
?O contribuinte já paga o imposto sobre o combustível para a conservação das estradas, não pode ser obrigado a pagar mais uma taxa para o mesmo propósito e, ainda por cima sustentar empresas (concessionárias) que só visam o lucro. Entre 2003 e 2005, o governo arrecadou R$ 32 bilhões com a Cide e só investiu R$ 6 bilhões. Se tivesse utilizado todos os recursos, nenhum pedágio seria necessário?, comentou, ressaltando que nem o pedágio público se faz necessário. ?Só se pode falar em pedágio público se a Cide não fosse suficiente para todos os investimentos?, concluiu.