Confirmando-se o registro do PSD no Tribunal Superior Eleitoral e a consequente filiação dos vereadores Jairo Marcelino e Roberto Hinça ao novo partido, Tito Zeglin será o único represetnante do PDT na Câmara Municipal de Curitiba, justamente no momento em que o partido negocia o ingresso do ex-deputado Gustavo Fruet, potencialmente o principal adversário do prefeito Luciano Ducci nas eleições do ano que vem.

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Em entrevista a O Estado, Tito classificou como natural o convite do PSD a seus colegas, mas disse que não cogita trocar de partido, ainda mais agora, para não deixar a bancada do PDT acabar.

O Estado – Os seus dois colegas de bancada estão deixando o PDT para se filiar ao novo PSD. O senhor pensa em também trocar de partido?

Tito Zeglin – Eu continuo no PDT, tenho que continuar. Eu me sinto bem no partido, faço parte do diretório municipal. Não tenho porque sair. Eu assumi no PDT quando me senti obrigado a sair do PTB. Não tenho a mínima vontade de sair e não recebi nenhum convite oficial de ninguém, só especulação.

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OE – E como o senhor avalia a decisão de seus colegas?

TZ – Cada um pensa o que é melhor para si. Não vou julgá-los. Mas o que posso garantir é que o PDT vai continuar tendo um representante aqui (na Câmara). Não vou deixar acabarem com a bancada do PDT de uma hora para outra. É um partido que nos acolheu em épocas passadas e não vou virar as costas para um partido que me deu todas as condições de trabalhar. Se eu saísse do PDT hoje, estaria sendo ingrato, não me sentiria bem.

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OE – E a postura do PSD e do grupo do prefeito Luciano Ducci (PSB) com esse assédio aos vereadores?

TZ – Sinceramente, não vejo assédio. Eles estão fazendo o papel deles, querem fortalecer o novo partido e, junto, a turma do prefeito. Quanto mais vereadores tiverem, com o apoio popular que esses colegas nossos que eles estão levando, melhor fica a situação para ele nas eleições. Então, não vejo como assédio, vejo como uma situação natural.

OE – E daqui para a frente, como será a montagem da chapa de vereadores do PDT para o ano que vem?

TZ – Temos uma chapa, que ainda aguarda a definição do Gustavo Fruet. Várias pessoas, com grande potencial de votos, só estão aguardando a definição do Fruet para vir para o PDT. Mas mesmo que ele não venha, já temos uma chapa que nos permitiria eleger dois vereadores no ano que vem.

OE – Um dos vereadores que está deixando o partido argumenta que não há mais tempo hábil para montar uma chapa e que ele correria o risco de não se eleger mesmo somando 8 mil votos.

TZ – Disso eu já estou escaldado, pois, por conta da coligação feita, fiquei de fora, em 2000, com mais de sete mil votos. Chapa nós vamos formar. Gente, temos o suficiente, o que vamos ver na sequência é se teremos fôlego e votos suficientes para eleger vários vereadores e é lógico que com o Gustavo será uma coisa, muito mais fácil de fazermos uma grande bancada e, sem ele, bem mais difícil. Mas representantes aqui na casa, vai ter. O partido não vai acabar.

OE – E o senhor confia no ingresso do Gustavo?

TZ – No meu conceito, ele já está demorando para vir para o PDT. Estamos no dia 20, já estamos muito perto do prazo fatal. Isso judia. No meu ver, dificulta para agasalharmos aqueles que ainda pretendem vir ao partido acompanhando o Fruet. Vamos brigar até a última hora, os últimos minutos.