Tudo isso?

Testemunha diz que autoridades do Paraná receberam R$ 13 mi

Uma das testemunhas da Operação Quadro Negro diz que R$ 13 milhões de verba público teriam sido usados para pagamento de propinas e distribuição de dinheiro a autoridades. O montante teria sido desviado de obras em escolas públicas em um esquema que envolveu a contratação da construtora Valor pela Secretaria Estadual da Educação (Seed) por quase R$ 20 milhões.

Em depoimento ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Vanessa Domingues de Oliveira, que no papel é a proprietária da Valor, diz que sabe da existência de um documento em que o verdadeiro dono da empresa, Eduardo Lopes de Souza, teria feito um “balanço” do dinheiro entregue a políticos e autoridades. A carta teria sido ditada à advogada da empresa, Úrsulla Andrea Ramos.

Vanessa afirmou ao Gaeco que fazia saques regulares da conta da empresa em valores altos, de até R$ 800 mil. O dinheiro era entregue em malas no estacionamento do Banco do Brasil para Eduardo e, segundo Úrsulla, “redestinado” a autoridades. A propina era entregue na expectativa de que a empresa conseguisse vencer novas licitações.

A carta detalhando os valores teria sido escrita por Eduardo, segundo Vanessa, porque ele temia que algo acontecesse com ele. Segundo o Gaeco, o documento não foi encontrado até agora. Úrsulla e outra funcionária da empresa que prestou depoimento, Tatiane de Souza, dizem que a carta, na verdade, era apenas um pedaço de papel com nomes dos beneficiários escritos à mão.

Processo

Oferecida no dia 30 de dezembro pelo Gaeco, a primeira denúncia da Operação Quadro Negro foi recebida na última quinta-feira pelo juiz substituto Diego Paolo Barausse, da 9ª Vara Criminal de Curitiba, que autorizou o andamento da peça e deu um prazo de 20 dias para que as 15 pessoas acusadas apresentem defesa. Ao justificar o tempo maior de prazo – normalmente são dez dias -, o juiz explicou que há um grande volume de documentos anexados ao inquérito policial.

Negou envolvimento

O secretário estadual de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, o Pepe, negou, na última sexta-feira, que tenha recebido dinheiro desviado dos contratos entre a Valor Construtora e a Secretaria de Estado da Educação (Seed). O irmão do governador Beto Richa (PSDB) também foi citado em depoimentos colhidos na Operação Quadro Negro. 

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna