O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou depoimento nesta terça-feira, 4, no Fórum de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, como testemunha de defesa do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no processo que acusa o peemedebista e o ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) de participarem de um esquema de corrupção na Caixa Econômica Federal.

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O depoimento foi tomado, via videoconferência, pelo juiz federal de Brasília Vallisney de Souza Oliveira. A audiência durou menos de dez minutos. Nela, Lula disse que não recebeu qualquer pedido de Michel Temer para que o atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, fosse nomeado vice-presidente da Caixa Econômica Federal. Lula afirmou que a indicação teria sido do próprio PMDB e de toda a base aliada.

O ex-presidente ressaltou que a escolha “normalmente passava pelo ministro das Relações Institucionais, Ministério da Fazenda e Casa Civil”. Segundo ele, depois desse caminho, a nomeação era levada novamente à Presidência da República e, não havendo nada que desabonasse o escolhido, era confirmado. Além disso, Lula disse não se recordar de um suposto encontro em que Temer e Moreira, ainda em 2010, teriam agradecido a ele a nomeação e confiança. “Não agradeceram. Foram ingratos”, disse.

Liberação

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No depoimento, Lula também afirmou desconhecer qualquer influência de Cunha na liberação de recursos do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS) e uma preferência para projetos que fossem de interesse da Odebrecht. Ele também afirmou não saber de nenhuma irregularidade no financiamento do projeto do Porto Maravilha (revitalização da área portuária para a Olimpíada).

Cunha é suspeito de ter cobrado propina para liberar empréstimo com juros reduzidos por meio do FI-FGTS. Segundo a Polícia Federal, o fundo teria gerado cerca de R$ 20 milhões de propina para políticos – o deputado cassado, preso em Curitiba, está entre eles. Alves, ex-ministro do Turismo, que está preso em Natal, é réu na mesma ação penal.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.