Até o final do ano, trechos da BR-376 e BR-101, entre Curitiba e Florianópolis, em Santa Catarina, serão pedagiados. Quem ganhou a concessão, em leilão realizado em outubro do ano passado, foi a empresa espanhola Obrascon Huarte Lain (OHL). Pertencente ao grupo OHL, a concessionária Autopista Litoral Sul será responsável pelos 382 quilômetros do trecho.
Ao todo, cinco praças de pedágio estão sendo construídas entre as duas cidades. No Paraná, apenas São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) abrigará postos de cobrança. Será na altura do km 637, na BR-376.
As outras ficarão ao longo da BR-101 em Santa Catarina, são elas: no km 1, em Garuva, km 79 em Araquari, no km 159 em Porto Belo e a última, no km 220, em Palhoça.
Os estudos realizados pela OHL apontam que o valor da tarifa será de R$ 1,10, podendo ser reajustado de acordo com o índice oficial do governo federal, que corrigirá os valores das tarifas de acordo com as metas inflacionárias entre o período da realização do leilão e a abertura das praças. A OHL estima ainda, que, aproximadamente, 365 mil veículos transitarão pela rodovia diariamente.
De acordo com a Autopista Litoral Sul, 30 km de terceiras faixas, 79,7 km de vias laterais, 94,7 km de contornos serão construídos no trecho. Além da implantação de 39 passarelas, oito postos de atendimento ao usuário, reforma e construção de novos postos de pesagem e recuperação de toda a extensão da rodovia. O investimento inicial foi estimado em R$ 111 milhões.
Os motoristas dividem opiniões sobre as mudanças que o pedágio trará na rodovia. Para o engenheiro mecânico José Cláudio Martins, “a implantação do pedágio será muito boa. Podemos pegar como base a rodovia entre Curitiba e Londrina, onde antigamente, era impossível transitar, era cheia de buracos e mal sinalizada, hoje, com o pedágio, as estradas estão mais seguras”, disse.
O caminhoneiro Sebastião Cassiano Pereira também é favorável ao pedágio. “Qualquer problema que temos na rodovia podemos contar com ajuda de mecânicos e médicos. Felizmente, a empresa onde trabalho arca com o valor do pedágio, se não fosse isso, a situação se tornaria muito difícil”, afirmou.
Já Para o caminhoneiro Dailor José da Silva Viana, pedágio é sinônimo de prejuízos. “Em qualquer viagem, gasto no mínimo R$ 500 de pedágio. Já pagamos inúmeros impostos para poder comprar um caminhão, agora temos que pagar ainda mais para poder rodar pelo Brasil. Isso é péssimo, já ganhamos pouco com o frete, o pedágio torna ainda mais difícil a vida do caminhoneiro”, opinou.
De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), para que as concessionárias possam iniciar a cobrança de pedágio, todas as normas técnicas estabelecidas pela agência deverão ser cumpridas. A agência fiscalizará as normas quando as obras de construção das praças forem concluídas.
Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), desde o início do processo de licitação, todas as exigências com relação às licenças ambientais exigidas pelo órgão para a construção das praças estão sendo cumpridas.
Na Régis Bittencourt
No trecho de 401 quilômetros da rodovia Régis Bittencourt (BR-116) entre Curitiba e São Paulo, a OHL também mantém a concessão desde fevereiro deste ano. Ao longo do caminho, serão seis praças de pedágio, onde, segundo estimativas da concessionária, 345 mil veículos trafegam por dia.
A proposta apontada pela OHL é que o valor da tarifa entre Curitiba e São Paulo seja R$ 1,36, que também poder&aac,ute; ser modificado de acordo com o índice do governo federal.
Ao assumir o trecho da Régis Bittencourt, a OHL se comprometeu a duplicar 30 km da rodovia, construir mais 104 km de terceiras faixas, 109 km de vias laterais, 23 km de contornos, além da construção de 51 passarelas, seis praças de pedágio, nove postos de serviços, implantação e reforma de postos de pesagem e recuperação de toda a extensão da via. Segundo a concessionária, nos primeiros seis meses da concessão, já foram investidos R$ 123 milhões.
No Paraná, apenas um posto de pedágio será implantado, será em Campina Grande do Sul, Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Outros cinco postos serão construídos, em São Paulo, em Barra do Turvo (km 542), Cajati (km 485), Juquiá (km 426), Miracatu (km 370) e em São Lourenço da Serra (km 370). A OHL também administra o trecho entre Curitiba e a divisa da Santa Catarina na BR-116.