O ex-ministro da Fazenda e sócio da Tendências Consultoria Integrada, Maílson da Nóbrega, afirmou nesta semana, durante seminário sobre reindustrialização, que, apesar de ter uma das maiores taxas de juros, o Brasil possui a menor eficácia da política monetária do mundo.

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“Metade do crédito não obedece à política monetária, porque é crédito rural e do BNDES, por exemplo. Ou seja, o Banco Central pode fazer o que quiser, que esse pessoal não está nem ligando”, disse durante o seminário, promovido pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU).

Produtividade

Em sua fala, o ex-ministro defendeu que o principal caminho para a reindustrialização no Brasil é restaurar a competitividade da indústria, por meio do aumento da produtividade. Para ele, esse processo depende da implantação de várias reformas, que precisam ser tocadas por uma liderança forte, com diagnóstico preciso, e gente competente. “E infelizmente não temos nada disso no Brasil”, criticou.

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Nóbrega avaliou que a competitividade da indústria brasileira “foi danificada” por “um rosário de fatores que tem a ver com o passado”. “E governos do PT pioraram essa situação, em especial os últimos quatro anos”, criticou. Para ele, política industrial nenhuma vai salvar a indústria brasileira se não forem atacadas questões que estão na base da desindustrialização no País.

Nesse sentido, ele defendeu as reformas tributária e trabalhista, ampliação da infraestrutura, além da integração do Brasil em redes mundiais de comércio. “Se não tivermos um diagnóstico preciso, teremos os mesmos erros da primeira administração da presidente Dilma Rousseff”, afirmou.

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Ele lembrou que, no primeiro mandato de Dilma, o diagnóstico do governo de que o problema estava na demanda foi um erro “brutal, grave e crasso, que custou muito ao País”. “O problema era de oferta, não de demanda”, avaliou.