Um grupo de deputados estaduais do PMDB vai se reunir na próxima quarta-feira (14) com o vice-presidente da República, Michel Temer, e o presidente nacional do partido, senador Valdir Raupp, para informar que, na Assembleia Legislativa, o partido apóia o governo do PSDB. O grupo, formado pelos deputados Nereu Moura, Caito Quintana, Ademir Bier e Alexandre Curi, também terá um encontro com a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT).
Com a ministra, a conversa será administrativa, avisou Moura, explicando que alguns deputados federais irão se juntar à comitiva para pedir a Gleisi a aceleração de obras nas rodovias federais. “Vamos tratar de assuntos do interesse do estado, apenas isso”, afirmou Moura.
Os deputados vão dizer a Temer e Raupp que a aproximação com o PSDB ainda não tem conseqüências para a sucessão estadual de 2014. “O tempo é que vai dizer se vamos manter essa aproximação. Se não formos bem tratados, se não tivermos o respeito que merecemos, haverá o afastamento”, disse Moura, vice-presidente estadual do PMDB.
Sem efeito
A oposição do ex-governador Orlando Pessuti ao acordo com os tucanos foi minimizada pelos deputados estaduais peemedebistas. Pessuti ameaça deixar o partido e promete provocar o debate sobre a posição dos deputados paranaenses no encontro nacional do partido, marcado para esta quinta-feia, 15, em Brasília. “A direção nacional não tem poder para mudar nossa posição. Nós estamos indo falar com o Temer e o Raupp para informá-los sobre o que decidimos. O Pessuti também tem que respeitar a decisão da executiva”, disse Moura. “Ele pode recorrer até ao Tribunal de Haia, que não vai adiantar”, atacou.
Antes de criticar os deputados, Pessuti deveria se reconciliar com o senador Roberto Requião (PMDB), provocou Moura. Para os deputados, o rompimento entre Requião e Pessuti, no ano passado, é um dos motivos para a fragilização do partido no estado.
Para Moura, o que faz o PSDB agora, atraindo vereadores, prefeitos e deputados para sua base, é o mesmo que o PMDB fez quando começou a governar o estado em 2003. “Quando o PMDB esteve no poder fez a mesma coisa” , justificou.