O presidente em exercício, Michel Temer, reúne na manhã desta quarta-feira, 10, no Palácio do Jaburu, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), os ministros Joaquim Levy (Fazenda), Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Eliseu Padilha (Aviação Civil), além do líder da bancada peemedebista na Casa, deputado Leonardo Picciani (RJ), para tentar selar um acordo que viabilize a votação do projeto de lei que revê a política de desoneração da folha de pagamento.

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A proposta, que aumenta alíquotas de empresas que recolhem no regime especial de tributação e é considerada peça fundamental do ajuste fiscal, está prevista para ir a votação na tarde de hoje no Plenário da Câmara, mas a articulação política do Palácio do Planalto estuda pedir o adiamento da sessão por discordar dos termos do relatório proposto por Picciani. O líder do PMDB já declarou que pretende deixar ao menos quatro setores de fora do alcance da medida (comunicações, tecnologia da informação, transporte e alguns itens da cesta básica), hipótese rechaçada pelo governo devido à pressão que isso geraria entre os demais parlamentares pela exclusão de outros segmentos econômicos.

Embora o governo queira aprovar a reoneração das empresas “o quanto antes”, o adiamento é preferível a uma derrota que desconfigure o objetivo central da medida.

Há outros fatores que dificultam as negociações. Cunha e Picciani passaram a última semana em viagem oficial ao exterior e as conversas emperraram. O relatório do peemedebista não foi sequer apresentado formalmente. Além disso, a bancada fluminense do PMDB, recentemente contemplada com o comando da companhia Docas do Rio de Janeiro, quer também indicar diretorias hoje nas mãos do PDT e do PROS, que resistem em ceder espaço.

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Depois da reunião com Cunha, Temer realiza uma outra rodada de conversas, também no Jaburu, desta vez com líderes dos demais partidos da base na Câmara.