O presidente licenciado do PMDB, Michel Temer (SP), afirmou ontem que “não pegou bem” no partido a cobrança feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que seja apresentada uma lista tríplice com nome de candidatos a vice-presidente para uma eventual aliança com o PT nas eleições de 2010. Temer, que é um dos cotados para a função, afirmou que essa “será uma decisão que caberá ao partido”.
“É possível que o partido resolva indicar uma lista sêxtupla. Mas essa é uma decisão do PMDB, não é uma decisão externa ao partido”, afirmou Temer, depois do almoço com empresários do setor da habitação, em São Paulo.
Presidente da Câmara dos Deputados e defensor da aliança do PMDB com o PT para uma eventual candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) no ano que vem, Temer disse aos jornalistas ser contrário a qualquer tipo de cobrança, mas evitou ataques a Lula.
Argumentou que as declarações do presidente foram feitas no contexto de uma entrevista, no Maranhão, em que ele teria ficado numa saia-justa. “Ele estava na verdade ao lado do ministro Edison Lobão, que pode perfeitamente ser um vice, e o repórter perguntou ‘o senhor prefere o Lobão ou o Temer como vice?'”, explicou. “O presidente disse ‘olha, talvez o PMDB devesse elaborar uma lista tríplice’. Lobão até me telefonou ontem (no domingo).”