O presidente do PMDB e futuro vice na chapa presidencial de Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (SP), disse que seu partido fará parte do núcleo de campanha e avisa que tudo, incluindo a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos palanques, terá de ser negociado com “os companheiros do PT”. “É uma candidatura do presidente e do vice-presidente. Portanto, vamos integrar todos um núcleo só de campanha”, afirma ele, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
A aliança, insiste Temer, é político-eleitoral programática. Entre as propostas de governo que o PMDB levará a Dilma, antecipa duas: o “ProUni (Programa Universidade para Todos)” para o ensino médio e fundamental (abertura de vagas em escolas privadas para alunos carentes) e pagamento de poupança a beneficiários do Bolsa-Família a ser sacada ao fim do ensino médio.
O peemedebista, que também é presidente da Câmara, afirmou que as negociações de apoio nos Estados entre PMDB e PT estão “encaminhadas” e descartou uma intervenção do partido nos locais onde a aliança enfrenta problemas. “Sempre tivemos sucesso com o diálogo com as várias facções. Nunca se cogitou isso”, diz.
Seu nome para vice da petista ainda precisa ser referendado na convenção de 12 de junho. E Temer acredita que não terá problemas e que a resistência dentro do partido – em especial o grupo do ex-governador paulista Orestes Quércia – foi superada. “Conseguimos unidade muito grande do PMDB”, diz. “A minimização dessa dissidência se dá pelo fato de vários prefeitos do PMDB (de São Paulo) já terem me procurado para manifestar apoio.”
Por fim, Temer evitou entrar em polêmica a respeito das declarações do deputado Ciro Gomes (PSB) – que desistiu de disputar a Presidência. O parlamentar chegou se referir ao PMDB como um “roçado de escândalos”. “Não fossem essas palavras exageradas acho que ele teria grande desempenho no País. Não acho que ele é uma peça a ser descartada. Ao contrário. É uma peça a ser aproveitada.”