No dia em que entregou à Câmara sua defesa contra a denúncia por corrupção passiva, o presidente Michel Temer convocou de última hora uma reunião ministerial e pediu que os auxiliares se mobilizem no Congresso para defender o governo.
Em encontro no Palácio do Planalto com 22 representantes de ministérios, Temer fez críticas ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e comentários sobre a indicação do deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) para a relatoria da denúncia contra Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, segundo relatos de participantes. Zveiter é considerado uma “incógnita” por auxiliares do Planalto, mesmo sendo do partido de Temer.
Envolvido pessoalmente na articulação com o Congresso – o presidente recebeu pelo menos 48 deputados nos últimos dois dias -, Temer quer contar com a participação dos ministros para tentar obter os votos necessários para barrar a denúncia – são necessários 34 dos 66 votos na CCJ para conseguir o objetivo.
Em sua ausência do País, enquanto estiver na Alemanha para a reunião do G-20, o presidente espera contar com a ajuda dos ministros nessa articulação, até mesmo durante o fim de semana. Com o argumento de que as provas são “frágeis”, o Planalto espera convencer os parlamentares a votarem contra a denúncia.
A reunião ministerial, que começou às 20h, terminou por volta das 23h. Temer deixou o Planalto às 23h30, completando quase 14 horas de agenda pelo segundo dia consecutivo.