Na sede da União Interparlamentar (UIP) em Genebra, na Suíça, mensagens expostas nas paredes do elegante prédio reforçam a ideia da democracia e transparência dos Poderes Legislativos. Foi nesse ambiente que o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), desembarcou ontem para participar de um evento organizado para estudar formas de fortalecer a participação da sociedade civil e a transparência do Legislativo no século 21. Mas Temer tinha um outro discurso em relação ao Brasil. Ele deixou claro que rejeita a possibilidade de um afastamento do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e pede “conciliação”. “Nada que seja politicamente agressivo pode dar resultado nesse momento.”

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Em suas mãos, Temer carregava a agenda do encontro e sua meta. “A confiança nas instituições públicas é essencial para a democracia”, afirma o documento. “Parlamentos não podem ser apenas transparentes, acessíveis, responsáveis e eficientes, mas eles precisam ser visto dessa maneira.” A reunião na Suíça, que termina hoje, tem como objetivo preparar uma cúpula em 2010 que focará na democracia e no papel do Legislativo. “Estamos pensando nos parlamentos do século 21”, disse. “Queremos trabalhar para permitir que funcionem melhor e sejam mais transparentes”, afirmou o presidente do parlamento sul-africano, Max Sisulu.

Temer afirma que, em termos institucionais, a democracia está estabelecida no Brasil. E dá por superada a questão dos atos secretos, utilizados para criação de cargos, nomeações e aumentos salariais. “Passamos por maus bocados. Mas hoje o tema na Câmara já está inteiramente superado e, no Senado, Sarney está tomando todas as providências para equilibrar a administração”, disse.

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