Disposto a garantir a aprovação na Câmara da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do teto de gastos em meados de outubro, entre o primeiro e o segundo turnos das eleições, o presidente Michel Temer reuniu, na noite desta terça-feira, os líderes dos partidos da base aliada e ministros. O encontro foi o primeiro da gestão do peemedebista no Palácio do Alvorada, que era ocupado por Dilma Rousseff até um mês atrás.
Temer começou a reunião pedindo desculpas por tirar os parlamentares de suas bases às vésperas das eleições, mas, em seguida, apelou aos líderes e aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também presentes, para a necessidade de pressa na aprovação do texto para que “o País possa entrar nos trilhos”.
Temer ouviu de vários deputados que suas bancadas fecharão questão em apoio à proposta, também conhecida como “novo regime fiscal”. Apesar da ideia de votar a PEC na primeira quinzena de outubro – possivelmente entre os dias 10 e 11 -, muitos integrantes do governo acham que isso só acontecerá mesmo em novembro. De qualquer forma, o Planalto quer que a questão esteja resolvida até o fim do ano.
Temer reconheceu que comanda um “governo de transição”, mas “que tem um compromisso de colocar a economia em ordem”. Disse também que já há uma “reconquista da confiança”, mas que “é preciso que se amplie a credibilidade”, fortemente dependente da apresentação de resultados pelo governo. Daí, reforçou, a necessidade de aprovar este ano o “novo regime fiscal”.
Os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Fazenda, Henrique Meirelles, também defenderam o ajuste, apresentando planilhas e distribuindo farto material para ajudar os parlamentares e ministros. Meirelles destacou, por exemplo, que a aprovação do teto é importante não só para uma sinalização interna, como também para o mercado externo. O presidente pediu ainda que todos defendam a proposta e mostrem a importância de conter o aumento dos gastos.
Padilha disse que “ou vamos para isso (o ajuste) ou estamos perdidos”, porque tudo o que foi feito pelo governo anterior, em termos de ajuste, “foi pela metade”. Meirelles, por sua vez, considerou que a reunião era “histórica” e avisou que a aprovação da PEC levará “à redução dos juros” no Brasil, que “não caem, dentre outros motivos, por conta da incerteza e da trajetória da dívida”.
Líderes da bancada vão se reunir na semana que vem para garantir a pressa na aprovação da PEC.