O candidato a vice-presidente, Michel Temer (PMDB-SP), integrou-se mais efetivamente à campanha presidencial no segundo turno por meio de um assunto no qual a petista, sua companheira de chapa, Dilma Rousseff vem patinando: o aborto. Na gravação para um programa da TV Gênesis, da igreja evangélica Sara Nossa Terra, Temer declarou ser contrário ao aborto e ressaltou que Dilma será presidente de todos os brasileiros e dos setores sociais, e não de segmentos religiosos como católicos, evangélicos ou espíritas.

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A igreja Sara Nossa Terra e a TV Gênesis estão sob o comando do deputado bispo Robson Rodovalho (PP-DF). A gravação foi acertada com a cúpula do PMDB dentro da estratégia de tentar acabar com a disseminação entre os evangélicos de que Dilma seria a favor do aborto, o que teria lhe custado votos no primeiro turno eleitoral.

Na terça-feira, a gravação do programa foi discutida entre o bispo e o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também evangélico, e, ontem, com o próprio Temer.

A presença do vice da chapa de Dilma na TV evangélica busca também combater as versões que circulam por e-mail na internet de que o candidato a vice tem ligações com o satanismo.

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O programa será um perfil de Temer. “Eu registrei minha posição contrária ao aborto, mas acrescentei que é grave e inadequado misturar fé, religião, com o Estado. A Constituição diz que o Estado brasileiro é laico”, afirmou. “Dilma já declarou que é contra o aborto”, enfatizou Temer.