O candidato a vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (PMDB), disse hoje não haver “nenhuma confirmação” por parte da Receita Federal sobre uma suposta relação entre a quebra do sigilo fiscal de quatro pessoas ligadas ao PSDB e a campanha da petista à sucessão presidencial.
“O importante é notar que a própria Receita Federal já está investigando e tomando providências”, disse o peemedebista, após almoço com a diretoria da Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil, na capital paulista.
Temer descartou a possibilidade de que o episódio prejudique o desempenho da candidata nas urnas. “Se houve desvio, e não estou dizendo que houve, vai se apurar”. “Se não houvesse apuração é que seria grave”, observou. “Não há silêncio sobre o assunto”, acrescentou. Ele disse esperar que as investigações sejam encerradas até as eleições. “As providências estão sendo tomadas e com muita urgência”.
Um relatório de investigação da Corregedoria-Geral do órgão divulgado ontem apontou que foram violados no dia 8 de outubro os sigilos fiscais de três pessoas próximas ao PSDB: o ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros, o ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira e Gregorio Marin Preciado, marido de uma prima do candidato do PSDB à sucessão presidencial.
No mesmo dia, dados do vice-presidente da sigla, Eduardo Jorge, foram acessados, informação já veiculada pela imprensa no mês passado. Os sigilos fiscais foram quebrados do computador de uma servidora da Delegacia da Receita Federal em Mauá (SP).
No evento, Temer evitou uma comemoração antecipada do resultado da última pesquisa Datafolha de intenções de voto que apontou Dilma 20 pontos porcentuais à frente de Serra na corrida presidencial. “Não nos pautamos pela pesquisa, isso não sobe à cabeça de ninguém”. “Não nos consideramos vitoriosos e vamos esperar até 3 de outubro”, afirmou. De acordo com a sondagem, a petista tem 49%, enquanto o tucano figura com 29%.
