O presidente da República em exercício, Michel Temer, disse neste sábado, 16, a produtores reunidos em Londrina para a 51ª Exposição Agropecuária e Industrial da cidade do norte do Paraná, que o governo fará tudo para que o Código Florestal seja votado até o dia 11 de junho, quando entraria em vigor decreto punindo produtores que não respeitassem as diretrizes do código atual.
“O governo tem absoluto convencimento de que quer votar essa matéria, o Congresso quer votar essa matéria”, afirmou. “Eventuais resistências poderão ser superadas por aquilo que o Congresso costuma fazer, quando não há consenso em um ou dois pontos, a soberania do plenário da Câmara dos Deputados e depois a soberania do plenário do Congresso Nacional decidem esses pontos”, disse.
O discurso de Temer foi todo voltado a esse assunto ganhando várias palmas dos produtores. Segundo ele, durante toda a discussão de convergência do projeto, o objetivo foi agradar os setores rural e ambientalista. Ele disse ter liderado reuniões entre quarta e quinta-feira, nas quais o “incentivo à produção agropecuária” foi o ponto chave.
Em rápida entrevista coletiva, o presidente em exercício disse que, a princípio, o governo não deve apresentar nenhuma emenda ao projeto sobre o qual houve consenso, mas que isso deve ser analisada nas próximas duas semanas. Entre os pontos citados por ele que ainda devem gerar discussão está o da metragem para as matas ciliares.
Mais enfático que Temer, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, criticou os “aloprados” que, segundo ele, teriam feito uma leitura inadequada do projeto. “Foram aqueles que queriam que em um Estado como o Paraná, como o Rio Grande do Sul, produtores que tinham feito um trabalho de construir a Nação, que vieram incentivados a destruir florestas, fossem punidos criminalmente”, acentuou.
Ele reconheceu que o início da discussão aconteceu de forma “inadequada”. “As pessoas falavam do parecer sem nunca terem lido, e quando se debruçaram de fato viram que era sério, com dados científicos e foi se construindo o projeto”, afirmou.
“Hoje, garanto que é absolutamente tranquilo.” Segundo ele, os ambientalistas também podem comemorar porque “há eliminação praticamente absoluta de nova destruição florestal”.
