O vice-presidente Michel Temer afirmou nesta quinta-feira, 23, em Madri que o caso de corrupção na Petrobras, investigado pela força-tarefa da Operação Lava Jato, “é um caso preocupante para o Brasil” porque, segundo o articulador político do governo, a estatal é o “símbolo” da grandeza do País. Temer participou de encontro realizado pela agência de notícias Efe com líderes empresariais na capital espanhola. “O problema não é saber se há ou não corrupção, mas atuar contra o problema”, elogiando as “grandes investigações” executadas pela Justiça Federal, o que tem feito com que o Brasil “abandone as tentações de corromper o poder público”.
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O peemedebista protagonizou uma das primeiras trapalhadas no comando da articulação política do governo da presidente Dilma Rousseff. Um dia depois de indicar “um eventual contingenciamento” dos recursos turbinados do Fundo Partidário, Temer admitiu nessa quarta que o bloqueio “não é possível”. O motivo é que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2015, aprovada por deputados e senadores e sancionada pela presidente Dilma Rousseff em 2 de janeiro deste ano, impede que recursos do Fundo Partidário sejam alvo de contingenciamento orçamentário.
Para neutralizar o desgaste, a Executiva Nacional do PMDB decidiu também nesta quarta que não usará 25% da verba do fundo destinada ao partido no Orçamento de 2015. O gesto foi tomado depois de Temer consultar lideranças peemedebistas ao ser informado da impossibilidade do contingenciamento. Além disso, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), buscaram afastar a participação da legenda no imbróglio e disseram que a culpa era da presidente Dilma Rousseff.