Em um dos eventos mais curtos que já realizou no Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer disse nesta segunda-feira, 14, durante cerimônia de apresentação de oficiais generais promovidos, que está “na moda” falar em garantia da lei e da ordem. Em uma fala de menos de dez minutos, Temer também parabenizou os militares que estão no Rio de Janeiro e citou a presença das Forças Armadas brasileiras no Haiti.

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“Tenho certeza de que os senhores seguirão exercendo com competência, sob a égide do Ministério da Defesa, as funções que lhes atribuem a Carta Magna: a defesa da pátria, a garantia do poderes constitucionais e, por iniciativa destes, aliás, está muito na moda, a garantia da lei e da ordem”, disse o presidente, durante a apresentação de 15 oficiais generais promovidos.

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O presidente também fez uma referência ao trabalho dos militares em missão no Rio de Janeiro. “Não quero deixar de dirigir uma mensagem também aos militares que recentemente iniciaram importante missão no Rio de Janeiro. Por isso que está na ordem do dia a manutenção da Lei e da Ordem”, reforçou.

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Temer, que chegou ao evento acompanhado da primeira-dama Marcela Temer, disse ainda que o governo reconhece o profissionalismo e dedicação que as Forças Armadas servem o Brasil e que é motivo de orgulho o desempenho dos militares no exterior em missões de paz mundo afora.

Ele citou a saída das tropas brasileiras do Haiti, que estão no país desde 2004. “Em breve, nossas tropas deixarão o Haiti com sentimento de dever cumprido”, disse o presidente, que depois ficou confuso e questionou se os militares brasileiros já haviam deixado o Haiti. “Deixarão? Já deixaram? Ah, deixam, no dia 31 de agosto.”

A Missão de Paz da ONU no Haiti (Minustah), liderada pelo Brasil, no entanto, deixará o país em outubro.

Colapso

O presidente não citou em nenhum momento de sua fala a difícil situação financeira das Forças Armadas. Conforme mostrou o jornal O Estado de S. Paulo na edição desta segunda-feira, em meio à discussão da mudança da meta fiscal e de corte de gastos, as Forças Armadas pressionam pela recomposição no Orçamento, que nos últimos cinco anos sofreu redução de 44,5%. De 2012 para cá, os chamados recursos “discricionários” caíram de R$ 17,5 bilhões para R$ 9,7 bilhões. Os valores não incluem gastos obrigatórios com alimentação, salários e saúde dos militares.

Segundo o comando das Forças, neste ano, houve um contingenciamento de 40%, e o recurso só é suficiente para cobrir os gastos até setembro. Se não houver liberação de mais verba, o plano é reduzir expediente e antecipar a baixa dos recrutas. Atualmente, já há substituição do quadro de efetivos por temporários para reduzir o custo previdenciário. Integrantes do Alto Comando do Exército, Marinha e Aeronáutica avaliam que há um risco de colapso.