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Temer discute rebaixamento e Previdência com ministros depois de caminhada

O presidente da República, Michel Temer, reuniu-se neste domingo, 14, com ministros no Palácio da Alvorada, em Brasília, para avaliar os rumos da economia depois do rebaixamento da nota de crédito brasileira pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s e reforçar o discurso do governo de a reforma da Previdência é inadiável.

Participaram do encontro os ministros Henrique Meirelles (Fazenda), Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Torquato Jardim (Justiça), além de Gustavo do Vale Rocha, subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil. Eles avaliaram a estratégia política do governo nos próximos dias com a pauta do Congresso no retorno do recesso parlamentar e o impacto do rebaixamento na aprovação da reforma.

Antes da reunião, Temer caminhou cerca de 1,5km ao lado dos ministros do Palácio do Jaburu, onde mora desde que era vice-presidente, ao Alvorada, em mais uma tentativa de mostrar que está recuperado dos problemas de saúde de ordem urológica por que passou recentemente. Depois, presidente e ministros voltaram caminhando à residência oficial. Todos vestiam roupas esportivas. Temer chegou a usar até um boné na volta. Foi a segunda vez que Temer decidiu sair para caminhar depois das cirurgias, a primeira fora da área cercada do Jaburu.

Temer publicou nas redes sociais três fotografias clicadas pelo fotógrafo oficial da Presidência com a legenda: “Domingo também é dia de trabalho. Após uma caminhada entre os palácios do Jaburu e Alvorada, me reúno com alguns dos meus ministros para avaliar o cenário econômico, as medidas para reduzir a inflação, a geração de empregos, além da necessidade da reforma da Previdência”.

A avaliação foi de que não houve sobressaltos no mercado, apesar do rebaixamento na quinta-feira. A classificação ainda pior confirmou a trajetória de queda na nota do País e gerou desconforto entre a equipe econômica e a cúpula do Congresso. O ministro da Fazenda não retornou caminhando ao Jaburu depois da reunião na área externa do Alvorada. Ao Estado, Temer disse preferir que Meirelles permaneça no cargo em vez de se candidatar à Presidência da República em outubro. Hoje, questionado sobre o fato de Meirelles não ter retornado com o grupo de ministros após a reunião, Temer negou que ele não tivesse “aguentado o tranco” da caminhada: “Ele (Meirelles) aguenta bem o tranco da economia”.

Sem os 308 votos suficientes para aprovar uma mudança constitucional, o Planalto quer iniciar a discussão e a votação a reforma no plenário da Câmara dos Deputados no dia 19 de fevereiro. A articulação política do Planalto não estava presente na reunião de hoje, que ocorreu sem os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Carlos Marun (Governo), mas discute com líderes dos partidos a agenda de votação.

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