Diante da divulgação de novos trechos da delação do dono da JBS, Joesley Batista, citando o presidente Michel Temer, o governo dedicou a manhã desta sexta-feira, 19, a discutir estratégias jurídicas e políticas de defesa a serem desenvolvidas, não só por conta da instauração do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), mas também pelos processos de abertura de impeachment no Congresso.

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Além da possibilidade, que ainda não foi descartada, de Temer voltar a fazer um pronunciamento rebatendo as acusações de ontem e das novas, que estão sendo divulgadas hoje, o presidente pensou até mesmo em delegar a um advogado, que poderia ser seu amigo Antônio Mariz, a missão de falar em seu nome, defendendo-o das acusações. Mariz se reuniu com Temer no Palácio do Jaburu ontem à noite, voltou lá na manhã de hoje e prosseguiu em conversas no Palácio do Planalto.

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A ideia que estava sendo discutida, neste final de manhã, é colocar um advogado rebatendo todos os ataques feitos ao presidente. A estratégia terá de ser feita em parceria com a área jurídica do governo, para não ter desacordo nos termos da defesa e conflito de informações. Mas o que será feito nestes termos, ainda está sendo objeto de discussão, para posterior decisão de Temer, em conversas com Mariz, o secretário de assuntos jurídicos da Casa Civil, Gustavo do Vale, e seus ministros mais próximos.

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Outra estratégia na qual o governo está trabalhando também é entrar na Justiça contra o empresário Joesley Batista, pelas acusações contra ele. Há ainda a possibilidade de Temer acionar o STF contra a abertura de inquérito. Outras ideias ainda estão discutidas e trabalhadas também como forma de mostrar que o presidente não está na defensiva e que não aceita as acusações e ilações que estão sendo feitas contra ele.

Na manhã desta sexta-feira, quando recebeu Mariz logo cedo, no Jaburu, e decidiu transferir para o final do dia a reunião com os comandantes militares, Temer achava importante voltar a falar. Mas no decorrer da manhã, ganhou força a tese de que um advogado deveria fazer este papel. Até agora, no entanto, não há qualquer decisão sobre o rumo a ser tomado. Há que ache que “é preciso esperar sair tudo” para o presidente Temer poder falar de novo, se não, ficará parecendo que, a cada nova denúncia, ele teria de voltar a se explicar e isso está fora de cogitação pelo governo, pelo menos por enquanto.

Temer continua convencido de que tem de resistir no cargo, repudiando, ainda, qualquer hipótese de renúncia. Ontem, o presidente se animou com os apoios recebidos da base aliada, mas não tem ideia do que poderá ser apresentado ainda em novas divulgações de delações, que podem colocá-lo em uma posição ainda mais delicada.

A situação do presidente não é boa e ele sabe das dificuldades que ainda terá de enfrentar para poder retomar o foco no trabalho pela volta do crescimento e reorganização da base aliada para prosseguir as votações das reformas. Há quem ache que essa retomada do controle da situação não acontecerá porque o presidente irá enfrentar outros problemas com as delações, que deixarão sua situação insustentável. Assessores do presidente, no entanto, insistem que nada do que saiu, até agora, afeta o presidente da República.