Por pressão dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), o presidente Michel Temer desistiu das viagens internacionais que faria na primeira quinzena de agosto. A decisão foi tomada após conversas com os chefes do Legislativo.

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Havia a possibilidade de Temer ir a Bogotá, na Colômbia, acompanhar a posse do presidente eleito Iván Duque, no dia 7; e para Assunção, no Paraguai, acompanhar a posse do presidente eleito Mário Abdo Benítez, no dia 15.

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Além de forçar a ausência dos chefes do legislativo durante a campanha eleitoral, as possíveis viagens coincidiriam com o período de retomada das atividades do Congresso após o recesso parlamentar, quando são feitos “esforços concentrados” antes da eleição para tentar votar projetos nos plenários das Casas.

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Como Temer não tem vice-presidente, os presidentes da Câmara e do Senado, nesta ordem, teriam de assumir o governo na ausência do presidente da República. Maia e Eunício, no entanto, não podem fazer isso porque querem disputar a reeleição. Pela Lei da Inelegibilidade, eles ficariam impedidos de concorrer a cargos no Congresso se assumissem o Planalto no prazo de seis meses antes do pleito.

Desde abril deste ano, os chefes do Legislativo já foram forçados a fazer quatro viagens ao exterior durante a ausência de Temer e ficaram incomodados com isso. Em todas essas ocasiões, quem assumiu o Planalto foi a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, terceira na atual linha sucessória.