O presidente Michel Temer deixou na tarde desta segunda-feira, 19, o Palácio do Planalto e foi para a base aérea, onde embarcará para sua viagem à Rússia e para a Noruega. Integrarão a comitiva do presidente apenas três ministros: Marcos Pereira (Indústria e Comércio Exterior), Sarney Filho (Meio Ambiente) e Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo). O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, que está na China, vai se incorporar à comitiva brasileira já na Rússia. Além dos titulares das pastas, comporão a comitiva secretários dos ministérios da Agricultura, Fazenda e Energia, além de secretários de Parcerias de Programas de Investimentos (PPI). O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, passa a comandar o país assim que Temer deixar o espaço aéreo brasileiro.
Antes de decidir embarcar para a Rússia e Noruega, Temer já havia sido alertado por aliados de que a sua ausência durante uma semana do país precisava ser bem articulada. Hoje, ele decidiu atrasar o embarque em três horas – das 11h30 para as 14h30 – para fazer os últimos ajustes e finalizar a estratégia para se manter no controle das ações no Brasil mesmo distante. Ao manter a viagem, segundo fontes, Temer mostra que não está intimidado com as acusações de Joesley Batista.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, e da Casa Civil, Eliseu Padilha, que são os homens mais fortes do presidente serão os responsáveis por “cuidar do Planalto” na gestão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que assumirá a presidência. Hoje pela manhã, ao chegar no Planalto, o presidente se reuniu com os dois ministros. Moreira, que é sogro de Maia, inicialmente viajaria com o presidente, mas decidiu ficar para ajudar na defesa do governo e também no monitoramento da base aliada, que se prepara para receber a denúncia que o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, deve apresentar contra o presidente.
Apesar de contar com o esvaziamento da Câmara e Senado por causa das festas juninas para dar um “ar de normalidade”, Temer sabe que não pode deixar vácuos no Congresso e como tarefas e missões deixou ordens aos aliados que defendam o governo publicamente. Segundo auxiliares, o governo quer checar nesta semana o máximo possível as insatisfações da base para que elas sejam atendidas.