Em meio à crise com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente Michel Temer fez nesta terça-feira, 17, uma nova ofensiva em relação a deputados do PSB. Pela manhã, ele recebeu no Palácio do Planalto a líder do PSB na Câmara, Tereza Cristina (MS), e o deputado Fabio Garcia (MT), cujos processos de expulsão do partido estão sob análise do diretório nacional. Temer também almoçou na casa do deputado Heráclito Fortes (PI), outro nome que deseja deixar o PSB.
No mês passado, Maia fez duras críticas a Temer depois que o senador Fernando Bezerra (PE) se filiou ao PMDB. Na época, cobrou lealdade do peemedebista e disse que não poderia “ficar levando facada nas costas”. O presidente da Câmara tenta há meses atrair os descontentes do PSB para fortalecer o seu partido, o DEM.
Nesta terça, Tereza Cristina admitiu que mantém diálogo com o PMDB, principalmente por ser muito próxima no seu Estado ao ex-governador André Puccinelli, que é do mesmo partido de Temer.
Ela, no entanto, afirmou que ainda não decidiu a qual partido vai se filiar depois que deixar o PSB. “Não quero errar de novo”, disse.
Sobre o processo de expulsão do PSB, a deputada cobrou “diálogo” com a direção nacional. Segundo ela, o grupo de descontentes propôs que a sigla liberasse os parlamentares que desejam sair do partido.
Por conta da legislação eleitoral, o deputado que se desfiliar de uma legenda fora do prazo estabelecido pela janela partidária corre o risco de perder o mandato.
Nesta segunda-feira, 16, o diretório nacional se reuniu para deliberar sobre a expulsão de Tereza Cristina, de Fabio Garcia, do deputado Danilo Forte (CE), e do ministro Fernando Coelho Filho (Minas e Energia). A decisão, no entanto, foi adiada para a próxima semana por conta de uma liminar da Justiça.
Os deputados do PSB que são contrários a Tereza estão tentando coletar as assinaturas necessárias para tirá-la da liderança ainda nesta terça. Para que isso aconteça, a maioria dos 37 deputados da bancada tem de apoiar o requerimento.