O ministro de Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou nesta terça-feira, 7, que o presidente Michel Temer reavalia a possibilidade de participar da posse do presidente eleito do Paraguai, Mario Abdo Benítez, na próxima quarta-feira, 15. Com a decisão, o governo reconhece a dificuldade em aprovar matérias prioritárias antes da eleição, como é o caso da cessão onerosa e do projeto que permite a privatização de seis distribuidoras da Eletrobras. Na semana passada, Temer havia desistido da viagem justamente por causa das votações.

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Após ser eleito, em abril, Benítez escolheu o Brasil como destino da primeira viagem oficial. Segundo Marun, a presença de Temer na posse não é apenas uma possibilidade, e sim uma necessidade. Ele destacou que “dificilmente Temer poderá deixar de comparecer na posse do presidente eleito do Paraguai”.

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“Nós sabemos do transtorno que hoje representa para os presidentes da Câmara e do Senado, não só pessoalmente, como para o funcionamento das casas, uma viagem presidencial. Por isso até certo momento o presidente decidiu não empreender essa viagem. Todavia, considerando a longa história de cooperação com Paraguai, o presidente está avaliando a possibilidade e até necessidade de estar presente na posse.”

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Marun disse ainda que está conversando com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), para chegar a um acordo. “Queremos que sessões de esforço concentrado ocorram ao mesmo tempo na Câmara e no Senado”, defendeu.

Ele negou que o governo tenha desistido da votação da cessão onerosa e das distribuidoras. “Temos convicção de que chegaremos a um bom termo para que isso possa ser votado o mais cedo possível. Ou nessa semana ou na semana posterior a outra… Ainda em agosto”, disse.

Nesta terça-feira, 7, Eunício Oliveira afirmou que previa realizar na semana que vem um novo esforço concentrado para votações importantes antes da eleição, mas foi informado que o presidente Temer deve viajar para fora do País, mais uma vez. Para não ficarem inelegíveis, Eunício e Maia também devem ficar fora do Brasil no mesmo período.

Como consequência, o próximo esforço concentrado deve acontecer entre os dias 28, 29 e 30 de agosto, de acordo com Eunício. Além disso, ele disse que está planejando uma terceira semana de esforço concentrado para a segunda semana de setembro.

“Queria (outra semana de esforço concentrado) no dia 15 de agosto, mas o presidente Michel me comunicou hoje que vai viajar (na semana que vem). Então eu e Rodrigo Maia necessitamos mais uma vez sair do País para não ficar inelegíveis”, explicou.

Mais cedo, o vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), descartou a possibilidade do Senado apreciar, em um esforço concentrado, pautas polêmicas, como é o caso da cessão onerosa e do PLC 77/2018, que permite a privatização de distribuidoras de energia.

“Nós temos três fatores que não recomendam qualquer tema que não seja consensual. O quórum ainda está baixo, estamos a dois meses de uma eleição e o atual governo tem baixíssima legitimidade ou quase nenhuma para tocar temas que interessam ao Brasil. Então recomenda o bom senso que possamos esperar a vontade soberana do povo brasileiro para que aí sim, com um novo presidente eleito, nós possamos ter a pauta desse novo governo já que estamos com um governo moribundo, fraco e sem credibilidade para discutir qualquer tema mais polêmico no Congresso Nacional”, disse.