Só uma decisão será anunciada hoje pelo presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), no pacote de medidas moralizadoras para tentar por fim à crise política que envolve o Congresso: o uso de passagens aéreas ficará limitado ao deputado em atividade parlamentar, dentro do território nacional. Familiares e terceiros ficam proibidos de usar bilhetes emitidos pela Câmara.
Assessores ligados ao deputado e em missão poderão viajar com passagens pagas pela Câmara, desde que previamente autorizados pela Terceira Secretaria. Essa definição foi tomada ontem, em reunião na residência oficial do presidente da Câmara, da qual participaram líderes partidários e integrantes da Mesa Diretora da Casa.
A ideia inicial de apressar o anúncio de um conjunto de medidas que estancasse a enxurrada de denúncias de irregularidades no Parlamento foi afastada. Segundo o corregedor da Câmara, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA), e o líder tucano, José Aníbal (SP), a questão dos salários e da verba indenizatória de R$ 15 mil mensais foi adiada para uma segunda etapa, que deverá estar concluída até segunda-feira.
A ideia é formatar uma nova proposta e apresentá-la à Mesa e ao Colégio de líderes no início da próxima semana. A questão dos salários deve ser discutida dentro do contexto de uma reforma administrativa, para facilitar a defesa da tese da equiparação salarial com os poderes Executivo e Judiciário. Enquanto um parlamentar ganha hoje R$ 16,5 mil, o salário de um ministro no Supremo Tribunal Federal (STF) é de R$ 24 mil e já há um projeto para reajustar os vencimentos para R$ 27 mil.