Foto: Fabio Alexandre/O Estado |
Prefeito Beto Richa e o governador eleito José Serra (SP) em campanha em São José dos Pinhais. continua após a publicidade |
As duas campanhas ao governo do estado se conectaram às candidaturas presidenciais e saíram às ruas de Curitiba na manhã de ontem. A campanha do senador Osmar Dias (PDT) recebeu o reforço do governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), que voltou ao Paraná para atuar como cabo eleitoral do pedetista e do candidato tucano à presidência da República, Geraldo Alckmin. Já o PMDB e o PT juntaram as militâncias para fazer uma caminhada da rua XV até a Boca Maldita em favor das campanhas à reeleição do governador Roberto Requião (PMDB) e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O senador Osmar Dias acabou ficando de fora das caminhadas. Ele ia se encontrar com Serra para uma terceira caminhada no bairro Pinheirinho, mas o governador tucano eleito foi chamado de volta a São Paulo, interrompendo o percurso. O prefeito Beto Richa continuou o roteiro no bairro Pinheirinho, onde houve um confronto de cabos eleitorais peemedebistas e tucanos. Beto foi obrigado a entrar em lojas do comércio local para não ser atingidos por ovos lançados por manifestantes.
A assessoria do prefeito acusou partidários do governador Roberto Requião pelo lançamento dos ovos. Ainda, conforme a assessoria, Beto também foi agredido com palavrões. O clima de enfrentamento já havia dado sinais durante a caminhada de Serra pelo centro de Curitiba, quando houve um empurra-empurra entre tucanos e peemedebistas.
Em casa
Chuniti Kawamura/O Estado |
Partidários da campanha de reeleição de Lula e de Requião em caminhada no centro de Curitiba. |
Serra não se deixou contaminar pelo clima de hostilidade e afirmou que se sente em casa no Paraná. ?Eu gosto do Paraná há muito tempo, me sinto em casa aqui, basta ver a reação das pessoas. Estive aqui segunda-feira, mas tive de voltar antes de completar meus compromissos, por isso retornei?, disse. ?Minha função agora é única e exclusivamente ajudar a conquistar votos para o Alckmin no Brasil e para o Osmar no Paraná, qualquer outra coisa que insinuem é fantasia?, justificou.
Questionado se, no caso de reeleição de Lula o PSDB irá insistir na tese do impeachment do presidente e se pretende ser candidato à sucessão presidencial em 2010, o ex-ministro desconversou. ?A única coisa que acredito agora é na vitória do Alckmin e é para isso que estou trabalhando. qualquer outro assunto só serve para desviar o foco e por isso só vamos pensar em algo diferente a partir de segunda-feira?, declarou.
Em marcha
Peemedebistas e petistas batizaram de ?marcha da vitória? a caminhada de ontem, que reuniu lideranças e militantes dos dois partidos, e também de representantes do PcdoB. Uma cadeira serviu como palanque improvisado para que alguns dirigentes partidários e coordenadores da campanha presidencial discursassem na praça Santos Andrade.
?A unificação das campanhas Lula e Requião é fundamental para derrotarmos o neoliberalismo no Paraná e no Brasil?, analisou o deputado estadual eleito e secretário geral do diretório estadual do PMDB, Luiz Cláudio Romanelli.
?Duas visões de sociedade estão em disputa no Paraná e no Brasil. Uma que pensa em privatizar e outra que recupera as empresas estratégicas ao nosso desenvolvimento?, comparou Gleisi Hoffmann (PT), ex-candidata ao Senado que agora integra a coordenação da campanha de Lula no Paraná.
O presidente estadual do PCdoB, Milton Alves, afirmou que a participação na ?Marcha da Vitória? é o sinal do triunfo de Lula e Requião nas urnas no próximo domingo. ?Temos de ampliar os votos e enterrar de vez as pretensões dos lernistas e dos privatistas que querem voltar ao poder para destruir o que construímos nos últimos quatro anos?, disse.