O fato de que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes pediu vista de um processo em julgamento no plenário após receber um telefonema do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, deixou novamente o STF sob tensão. Logo no início da sessão, Mendes viu-se obrigado a se manifestar sobre o caso. “Hoje me surpreendi com notícias que de que meu pedido de vista fora ocasionado por motivação político-partidário. Obviamente isso improcede em toda a extensão”, afirmou.
E para rebater as acusações afirmou que o PT, que apoiou a mudança na lei no Congresso, tentou se valer do STF para levar adiante suas pretensões políticas. “Chamo a atenção para o viés político desta propositura e, mais ainda, para o risco que esta corte corre de, sem se aperceber de detalhes do jogo político, ser manuseada na busca deste ou daquele interesse eleitoral. O fato de o partido querer alcançar um objetivo político é legítimo. O que a corte não pode é se deixar manipular”, disse. Depois, no intervalo da sessão, Mendes negou ter conversado com Serra.
Segundo reportagem de ontem do jornal Folha de S. Paulo, Serra ligou para o amigo Gilmar Mendes e o chamou “meu presidente”. “O Serra não me chama de meu presidente. Chama de Gilmar. Vão ficar patrulhando com quem a gente fala?”, completou.