Uma fundação da família do senador Acir Gurgacz (PDT-RO) é acusada de usar um “laranja” para fraudar licitações, desviar recursos públicos e não executar projeto de inclusão digital de R$ 1,6 milhão. Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), a Fundação Assis Gurgacz comprou quatro ônibus das empresas de transporte da própria família, usando um motorista aposentado do grupo como “laranja” e uma cooperativa fantasma na operação. “Está provado que essa licitação foi montada”, diz o relatório do TCU, de 21 de outubro. As empresas de Acir Gurgacz, que é conselheiro da fundação que leva o nome do seu pai, respondem a 200 ações na Justiça.
Em 2005, a entidade recebeu R$ 1,6 milhão do Ministério das Comunicações para implantar cinco telecentros comunitários, sendo quatro móveis (ônibus com computadores) e um fixo. A investigação do TCU apontou que a fundação direcionou a licitação para uma cooperativa de saneamento básico, de Mato Grosso, vender os ônibus do projeto por R$ 1 milhão.
Acir tomou posse no Senado no dia 5 na vaga de Expedito Júnior (PSDB-RO), cassado pela Justiça Eleitoral por compra de votos. Ele não quis comentar o resultado da investigação do TCU. Por meio de sua assessoria, disse que os advogados da família vão analisar o caso quando forem notificados.