Conhecido por comandar uma invasão de 500 sem-terra à Câmara dos Deputados em junho de 2006, o petista Bruno Maranhão foi condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a devolver R$ 2,2 milhões aos cofres públicos.
A decisão foi tomada na quarta-feira e publicada ontem no Diário Oficial. Esse dinheiro foi repassado há quatro anos pelo governo federal à Associação Nacional de Apoio à Reforma Agrária (Anara), dirigida por Maranhão, mas seu destino é um mistério. “É isso o que queremos saber: onde foi parar esse dinheiro”, diz Marinus Marsico, representante do Ministério Público (MP) junto ao TCU.
Segundo o tribunal, o valor, corrigido, chega hoje a R$ 3,6 milhões. A entidade deveria usar esse recurso para capacitar 7 mil famílias, realizar 36 cursos de formação, 114 oficinas, encontros regionais e nacionais, entre outras atividades.
Mas, de acordo com a auditoria do TCU, a Anara não comprovou a execução do projeto. Na decisão, os ministros do tribunal dizem que “não há comprovação da boa e regular aplicação dos recursos”.
A associação comandada por Bruno Maranhão esconde, por exemplo, os extratos da conta bancária do convênio, documentos das licitações que teriam sido feitas, entre outras coisas.
A suspeita do TCU é que a entidade, ligada ao Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST), tenha usado a verba para organizar a invasão de 500 manifestantes à Câmara em 6 de junho de 2006, causando um prejuízo físico de R$ 150 mil ao Congresso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.