TCE entra na era do processo digitalizado

Desde ontem, todos os processos que passam pelo protocolo do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE) são digitalizados. Os processos arquivados ou em trâmite também passam pelo procedimento e os mais antigos, aos poucos, são descartados.

De acordo com o analista de controle e gerente de projetos do Programa TCE Digital, Sérgio Santa Catarina, o custo da implantação do projeto será pago com a economia gerada pela informatização.

“Foram R$ 6 milhões em investimentos, que vão gerar uma economia de R$1,1 milhão ao ano. Até o final de 2010 todos os processos do TCE devem ser digitais”, garante.

Uma empresa terceirizada foi contratada por licitação e trabalha desde janeiro com estrutura própria e 32 funcionários para levar o tribunal ao processo 100% digital.

A nova forma de trabalhar, já adotada anteriormente em outros tribunais, gera em média uma redução de 70% no tempo de tramitação dos processos. Além disso, o volume de papel cai em 60%, trazendo benefício ambiental, e deixa-se de gastar com transporte e armazenamento de processos físicos.

“Com o processo eletrônico, os técnicos ficam liberados para fazer mais fiscalizações em campo e não precisamos mais esperar eles voltarem para ter um relatório: o servidor pode incluir os dados no sistema de lá mesmo”, lembra Solange Isfer, diretora geral do TCE e coordenadora do programa TCE Digital.

A segurança do sistema é uma das principais preocupações da equipe que criou o cronograma de trabalho. Na estrutura da rede há vários mecanismos de proteção contra invasões (firewall), há uma rotina de cópias de segurança (backup) para evitar a perda de dados em caso de acidente, e a certificação digital, uma espécie de RG eletrônico, garante a autenticidade dos documentos.

“Qualquer pessoa pode entrar em uma sala, pegar um processo de papel e sumir com documentos que não teríamos como recuperar. No sistema digital isso é impossível e a integridade dos documentos é garantida”, afirma Ângela Bot, diretora de Tecnologia da Informação do TCE. Todo o processo eletrônico é amparado pela Lei Complementar Estadual 126/2009.

“Através de uma tabela de temporalidade, definimos os processos que já poderiam ser descartados depois de digitalizados, guardados há mais de 15 anos, e os que deveríamos manter em arquivo. Dessa maneira, dos 26 mil processos que estavam aqui, apenas 15 mil permanecem”, explica Cristina Iwersen, analista de controle e integrante da Comissão de Avaliação e Gestão Documental.

Os processos com mais de 15 anos são publicados, ficam guardados por um prazo dado para que os interessados possam retirar, e se permanecerem são doados para uma cooperativa de reciclagem.