O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), espera ter uma conversa definitiva com o prefeito de São Paulo, José Serra, na próxima quinta-feira, para saber se ele quer ou não disputar a sucessão presidencial. Caso o prefeito deixe claro que está disposto a correr todos os riscos, independentemente de sua posição nas pesquisas eleitorais, Tasso vai enfrentar outro desafio: conseguir o apoio total do partido ao nome de Serra, atendendo sua principal condição para entrar no páreo.
Tasso pretende ouvir de Serra a certeza de que ele também está determinado a entrar na briga em qualquer circunstância, sem depender apenas da vontade do partido. Enquanto o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, assumiu claramente sua pré-candidatura, Serra ainda não explicitou sua vontade à direção tucana, mesmo frente às articulações de seu grupo político no PSDB e das pressões do PFL.
Na avaliação geral, a situação de Serra é delicada, uma vez que ainda tem três anos de mandato pela frente e seria frontalmente atingido em caso de derrota em outubro. Na conversa que teve com Tasso Jereissati na quarta-feira, Serra repetiu que não aceita disputar prévias e prometeu refletir sobre o seu destino durante o Carnaval. Por isso, os políticos mais próximos resolveram deixá-lo à vontade no feriado para tomar a decisão pessoal. Enquanto aguardam Serra, os dirigentes tucanos trocaram ontem avaliações, principalmente os partidários de Serra, sobre o que chamam de radicalização de alguns defensores da candidatura de Alckmin.
Apesar do tom conciliatório adotado nos últimos dias por Alckmin, aliados de Serra avaliam que alguns aliados do governador estariam ?pisando na bola? e radicalizando posições. Diante do temor de que a divisão interna poderá se acirrar, desgastando o partido, as bancadas tucanas na Câmara e no Senado resolveram pedir pressa a Tasso Jereissati. Os parlamentares querem que o nome do candidato à sucessão presidencial seja anunciado, no máximo, até 15 de março.
