Tasso Jereissati nem liga para Alckmin

Foto: Agência Senado

Jereissati está há 11 dias escondido no Ceará.

O presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), está há 11 dias escondido no Ceará. A assessoria alega que Jereissati tem dedicado todo esse tempo à campanha presidencial do candidato Geraldo Alckmin (PSDB), da Coligação Por um Brasil Decente (PSDB-PFL), da qual é coordenador-geral e fiador.

A decisão de ficar no estado por tanto tempo foi necessária porque lá o PSDB, controlado pelo governador Lúcio Alcântara, candidato da Coligação Pra Frente Ceará (PSDB), adversário do presidente nacional do PSDB, boicotou Alckmin em toda publicidade eleitoral gratuita, preferindo ficar ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato da Coligação A Força do Povo (PT) à reeleição.

No périplo por dez cidades do interior cearense desde segunda-feira, Jereissati visou, principalmente, resolver uma questão regional. Desde o início do ano, o presidente nacional tucano trava uma ferrenha disputa pelo espaço político com Alcântara. Mais do que pedir votos para o candidato da Coligação Por um Brasil Decente a presidente, Jereissati luta para derrotar o governador do Ceará, mesmo que, para isso, tenha de apoiar o candidato a governador Cid Gomes (PSB), da Coligação Ceará Vota para Crescer (PSB), irmão do ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes, que trabalham pela reeleição de Lula. O presidente do PSDB disse a senadores do partido que a vitória de Alcântara poderá significar a asfixia política dele. No Ceará, o presidente está com 70% da preferência dos eleitores; Alckmin, com 14%. Os movimentos de Jereissati são explicados pelo instinto de sobrevivência política. O senador do PSDB do Ceará não comanda a prefeitura de Fortaleza (nas mãos da prefeita Luizianne Lins). Se ficar sem um aliado na chefia do governo do Ceará, o senador do PSDB estará isolado. Trata-se de uma revolução política no estado, uma vez que o grupo de Jereissati detinha pelo menos uma instância do poder local desde 1986.

O senador enfrenta no estado não só a forte oposição do governador, mas dissidências, como a do prefeito de Iguatu, Agenor Neto, que abandonou o PSDB na quarta-feira (23). Logo depois de deixar a legenda, Agenor Neto anunciou que daria início a um movimento para apoiar a reeleição de Alcântara ao governo do estado e a de Lula a presidente. Fundou o movimento Lu-Lu.

Mesmo sem a presença de Jereissati, tanto no comitê de Brasília como na orientação da campanha, o candidato da Coligação Por um Brasil Decente manteve a rotina de campanha e de viagens pelo Brasil. Na segunda-feira, Alckmin deu entrevista para a Rádio Capital, em São Paulo, e fez campanha no Brás; o senador tucano foi para Tianguá e Viçosa, na Chapada da Ibiapaba (CE). Na terça-feira (22), o candidato da coligação tucana foi para o Rio, visitou Resende e fez uma reunião com os clubes militares; Jereissati viajou para Santa Quitéria, Novo Horizonte e Crateús.

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